Agência inglesa Naked chega ao Brasil

A Naked abriu o seu escritório no Brasil, cinco anos após declarar interesse em operar no mercado de propaganda local. A "agência sem publicitários", como o segmento se refere ao grupo lá fora, a Naked surge com três sócios no país e estimativa de atingir de sete a dez clientes no prazo de até três anos, contou a sócia e diretora de criação da companhia, Fernanda Romano, formada em administração pela Fundação Getúlio Vargas.

A empresa, com cerca de 100 clientes no mundo (entre eles Coca-Cola, Sony e Nike), é controlada pelo grupo australiano Photon – que enfrentou um processo de reestruturação financeira recente e tem buscado novos mercados. A empresa registrou receita global de US$ 558 milhões em 2011 (queda de 8,3% sobre 2010). A Naked Brasil é o primeiro investimento do grupo estrangeiro no país.
 
"A Naked surgiu em 2000 em Londres dentro de um conceito de consultoria estratégica de marketing. No Brasil, vamos trabalhar ”full service”, na criação, produção e veiculação de anúncios para todos os canais de comunicação", disse Fernanda. "Porém com foco na estratégia, em usar o dinheiro certo na ideia certa para o canal certo", disse Fernanda, ex-diretora criativa da Euro RSCG Interactive.

A executiva e o ex-fundador da Geo Eventos, Pedro Assumpção (ex- Grupo ABC), serão sócios da Naked Brasil, com participação societária no negócio. O grupo Naked também tem fatia da sociedade – a empresa não informa a divisão acionária. "É um acordo em que temos autonomia de operação", diz Assumpção, presidente da Naked Brasil.

Há uma semana no novo escritório na zona oeste de São Paulo, a companhia fechou um acordo operacional com a Player Comunicação Digital e incorporou a estrutura da empresa, formada por 60 funcionários. Para a linha de frente da empresa, deve ser contratada Camilla Jenssen (diretora da Hypernaked, braço do grupo em Londres) como diretora de estratégia.
 
No momento, a empresa negocia contratos com seis empresas, de áreas como artigo esportivo, alimentos e produtos de higiene e beleza. O primeiro acordo foi fechado com a Oi, empresa de telefonia celular, que entregou para a empresa a conta de relacionamento digital da companhia.
 
Um trabalho está sendo feito para apresentar a proposta da agência. É que mesmo conhecida por ser uma espécie de "centro de ideias" lá fora, no Brasil ela precisa vender o serviço "full service" num mercado que tem sido tomado pelos grupos WPP e Publicis (com diversas aquisições no últimos anos) que dizem ter criado estruturas integradas de operação, no mundo digital e de mídia tradicional.
 
"Sabemos das dificuldades mas não vamos brigar pela verba de mídia, mas pela verba de marketing", diz Assumpção (a verba de marketing inclui estudos de mercado, ações promocionais e no ponto de venda, por exemplo).

(Adriana Mattos | Valor)

 

+ posts

Share this post