Alvo imobiliário, porto do Rio tem solo contaminado

Uma das principais áreas de interesse imobiliário no Rio, a região portuária apresenta contaminação do solo. Os resíduos atingiram inclusive áreas nas quais serão erguidas instalações olímpicas.
 
A contaminação foi constatada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e pelo Instituto Estadual do Ambiente em ao menos 13 terrenos na região, que passa por revitalização, com R$ 8 bilhões de investimentos.
 
Suspeita-se que toda a área tenha resíduo de atividades portuárias ou industriais.
 
Segundo a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto, o nível de contaminação na maioria dos pontos é baixo e pode ser remediado. O custo, afirma, fica a cargo do empreendedor.
 
A Caixa Econômica Federal tem, por meio de fundo imobiliário, direito sobre quase todos os terrenos da região. O banco afirma que a contaminação pode ser remediada e foi analisada quando adquiriu os títulos imobiliários.
 
PORTO OLÍMPICO

O uso de terrenos contaminados pode atrasar a conclusão e aumentar o custo das obras. Dois terrenos afetados serão usados para erguer o Porto Olímpico, onde ficarão vilas de mídia e árbitros.
 
As unidades serão vendidas posteriormente para servidores municipais.

A Solace, responsável pela obra, afirmou que ainda realiza estudos e irá “adotar medidas mitigadoras para resolver o passivo ambiental”.
 
Em um dos casos mais graves, porém, a remediação não foi possível. A construção de uma creche teve de ser suspensa em razão do alto grau de contaminação do terreno.
 
De acordo com o estudo de impacto de vizinhança da região, feito em 2010, os resíduos foram gerados ao longo dos anos pela presença de indústrias com beneficiamento de produtos químicos, armazéns com estocagem pouco cuidadosa e de vazamento de óleo de embarcações.
 
Hoje, grande parte dos galpões e indústrias está inativa. Mas resíduos permaneceram e, afirma o estudo, podem prejudicar a região.
 
Segundo o documento, em locais onde o solo e águas subterrâneas estejam contaminados, a implantação de empreendimentos e a movimentação do solo podem futuramente afetar a saúde de trabalhadores nas obras e, posteriormente, dos futuros ocupantes dos imóveis.
 
“Com a existência desses riscos, as licenças ambientais poderão não ser emitidas.”
 
O mesmo estudo, porém, aponta que há viabilidade econômica e ambiental para os futuros empreendimentos.
 
“A valorização econômica da região tornará os processos de investigação confirmatória, remediação e monitoramento, quando cabíveis, viáveis para os empreendimentos, considerando o potencial econômico futuro do empreendimento a ser construído.”
 
(Italo Nogueira | Folha)

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