Ambipar troca presidente e prevê crescer 30% em 2012

No grupo há dois anos e contratado para conduzir um processo de profissionalização da gestão, o executivo André Luiz Oda assumiu a presidência da Ambipar no início deste mês. Ele substituiu Tercio Borlenghi, que passou a presidir o conselho de administração da empresa. Segundo Oda, a mudança foi uma sequência natural do processo e dará maior liberdade para Borlenghi criar negócios.
 
A empresa de origem familiar já em sua terceira geração fechou 2011 com crescimento acima de 50%, que resultou no faturamento de R$ 315 milhões apenas com a área de gestão ambiental. Desde junho de 2011, as empresas Nutrigás e Nutripetro, que atuam em distribuição de GLP e no setor de logística, estão separadas do grupo, que conta com 11 companhias para administrar.
 
O plano de investimentos da Ambipar para o período 2012-14 abrange um total de R$ 300 milhões. A expectativa é ter uma expansão orgânica da ordem de 30% neste ano. As aquisições também estão no plano, mas não são o foco do grupo.
 
"Não queremos basear a expansão em aquisições. O setor está crescendo muito rápido, mas com especialização. Estamos bem cobertos e agora queremos melhorar nossa unidade de negócios", diz Oda, que avalia que as melhores oportunidades estão nas áreas de gestão de resíduos e atendimentos em emergência.
 
Com operações no Chile e em Angola, o grupo ainda pretende atuar em dois novos países da América Latina, por meio de participações em empresas locais.
 
Segundo o executivo, fundos de investimento continuam a assediar a companhia, que segue em seu processo de profissionalização, com governança corporativa, auditoria externa e reformulações administrativas. A empresa está se adequando aos padrões do Novo Mercado, segmento da bolsa com melhor padrão de governança, mas ainda não pretende abrir o capital.
 
Oda conta que, quando foi convocado pela família Borlenghi, a ideia era fazer uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). "Ainda queremos estar preparados, mas não sabemos se será preciso", diz.
 
"Não precisamos de capital agora, todas as aquisições foram financiadas com recursos próprios. Percebemos que, com a nova gestão, podemos crescer mais com menos recursos", assinala.
 
O histórico do setor também não é dos mais otimistas. A CAB Ambiental, empresa de gestão de resíduos, fracassou na tentativa de abrir capital há um ano por avaliar que o preço que o mercado aceitaria pagar por seus papéis era muito baixo.

"De toda forma, nós temos que estar prontos para o IPO, mas será que o mercado está pronto para ele? Não parece", afirma Oda. O executivo prefere um reforço de capital, se necessário, via entrada de um sócio, o que pode ocorrer ainda neste ano.

(Beatriz Cutait | Valor)

 

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