Americana Steris entra no país com compra da Sercon

A subsidiária na América Latina da Steris, multinacional americana que desenvolve produtos nas áreas de esterilização e cirurgia, comprou a brasileira Sercon. Segundo a Steris, a Sercon detém 45% do mercado nacional. A operação faz parte do plano de consolidação da empresa em países emergentes. Os investimentos do grupo na América Latina, incluindo o valor da aquisição e expansões programadas para os próximos cinco anos, devem ultrapassar US$ 50 milhões.

Com o novo canal de distribuição, a estratégia da companhia – que atua há 125 anos e tem valor de mercado de aproximadamente US$ 1,4 bilhão – é ter uma linha adaptada aos mercados emergentes. Hoje, alguns produtos de alta tecnologia da marca não são acessíveis ao comprador brasileiro, a não ser para hospitais como o Albert Einstein e o Sírio-Libanês, em São Paulo. Além de oferecer o portfólio da Sercon, a Steris continuará a desenvolver e adicionar tecnologia aos produtos. "O que mais nos motivou foi trazer valor agregado para fazer do Brasil uma base de exportação", diz Eric Boilesen, vice-presidente da multinacional para a América Latina. De acordo com ele, o mercado de esterilização cresce entre 11% e 17% ao ano, dependendo do país.

A Sercon possui um parque industrial de 17 mil m2, onde produz lavadoras ultrassônicas, lavadoras termodesinfectoras, estações de trabalho, esterilizadoras a vapor e esterilizadoras de óxido de etileno. Sua base instalada é de mais de 25 mil esterilizadoras em todo o país. A Steris atua principalmente nas áreas de centro cirúrgico, equipamentos e produtos de esterilização e serviços de limpeza, desinfecção e transporte de instrumentos médicos.

No ano fiscal terminado em março, a multinacional teve lucro líquido de US$ 51,3 milhões, sobre os US$ 128,5 milhões registrados no período anterior. A desaceleração foi causada pela substituição do novo modelo de um de seus produtos de tecnologia de baixa temperatura, o System 1. O órgão governamental americano que controla os alimentos (FDA, na sigla em inglês) não aprovou a atualização do sistema, usado para esterilizar instrumentos de uso médico. Como consequência, a empresa perdeu 40% da base instalada. Segundo Boilesen, essa questão não vai mais repercutir no resultado da empresa, que já entrou em acordo com a FDA. "A Steris está cheia de saúde", afirma.

(Adriana Meyge | Valor)

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