AngloGold planeja dobrar produção no país até 2020

A AngloGold Ashanti Brasil tem planos para ampliar a produção de ouro no país das atuais 420 mil para 880 mil onças-troy até 2020. A meta de mais longo prazo é produzir um milhão de onças, ou 32 toneladas ao ano, disse o presidente da empresa, Hélcio Martins Guerra ao Valor. A subsidiária brasileira da sul-africana AngloGold foi dona da antiga mina de Morro Velho, em Nova Lima (MG), e responde hoje por 9% do total da multinacional no mundo. Com isso, contribui com 15% da geração de caixa global do grupo. "Temos desempenho, pelo volume de produção, bastante competitivo", declarou Guerra.

A produção da subsidiária para este ano está prevista em 449 mil onças, ante 420 mil em 2010. "Nossa ideia é crescer significativamente nos próximos anos, pois exportamos todo o ouro que produzimos para os mercados da Europa, EUA e Ásia, principalmente para instituições financeiras".

Guerra considera a estratégia de expansão consistente com a tendência atual da demanda e, consequentemente, dos preços do metal no mercado, que subiram 27,86% entre julho de 2010 e julho deste ano – foi a US$ 1.526 a onça na Bolsa de Londres, sexta-feira. "O ouro tem um papel de reserva de valor, além da joalheria e da indústria", observa Guerra.

Desde a crise de 2008 a cotação do ouro vem subindo, diz. "Quando há desvalorização do dólar e incertezas no cenário internacional, o metal se valoriza, dada a procura pelas instituições financeiras e até mesmo por pessoas físicas que o veem como uma fonte de investimento em momentos de instabilidade". Como a produção do metal é de ciclo longo entre a pesquisa geológica, demonstração de viabilidade da mina, implantação e maturação do projeto, a oferta não consegue ser ampliada rapidamente, o que torna o mercado do produto mais apertado, explica.

Para acompanhar a demanda aquecida, a empresa está investindo cerca de US$ 200 milhões ao ano em expansão e US$ 50 milhões em pesquisas geológicas. A AngloGold Ashanti opera no país com as minas de Cuiabá e Lamego, em Sabará (MG) e a de Córrego do Sítio, em Santa Bárbara (MG). Em Crixás (GO), tem uma joint-venture 50% a 50% com a canadense Kinross na Mineração Serra Grande, com três minas subterrâneas e uma a céu aberto.

No momento, faz a ampliação de Córrego do Sítio. "Operamos até agora com uma mina a céu aberto, mas estamos investindo numa lavra subterrânea que vai produzir uma média de 140 mil onças anuais. O projeto já está em fase inicial de operação e vamos começar a lavra subterrânea no último trimestre, chegando a 140 mil onças em 2013". O investimento é de US$ 200 milhões.

O minério dessa mina será processado nas antigas instalações da São Bento, mina adquirida em 2008 por US$ 70 milhões e que foi fechada e que está em reavaliação para ser reaberta. A AngloGold está investindo também em exploração geológica para descobrir novas jazidas não só em Minas. Busca alvos no Pará e Mato Grosso. "Temos direitos minerários nesses Estados", informou.

"Esperamos crescer significativamente a produção nos próximos anos, dobrando para 840 mil e com plano de chegar em 1 milhão de onças no país"

A AngloGold é a terceira maior produtora de ouro do mundo, com produção de 4,7 milhões de onças ao ano, correspondente a 150 toneladas de ouro. A sul-africana, com capital pulverizado nas bolsas de Johanesburgo, Londres e Nova York, atua em 10 países e fatura US$ 7 bilhões anuais.

(Vera Saavedra Durão | Valor)

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