Apesar de briga por clientes, Oi mantém foco em rentabilidade

O grupo de telecomunicações Oi vai se focar na rentabilidade de seus negócios, à medida que trabalha para expandir sua cobertura de banda larga pelo país e para simplificar sua complexa estrutura societária, afirmaram executivos da companhia nesta terça-feira.

A companhia, que divulgou na véspera resultado de segundo trimestre melhor do que o esperado , manteve a meta de investir cerca de 5 bilhões de reais em 2011, em meio ao plano do governo de expandir a banda larga pelo país (PNBL), e que pode resultar em queda na receita geral com acesso rápido à Web.

"A tendência é aumentarmos a quantidade de clientes e a receita tende a cair um pouco em função tanto da competição e quanto de nosso crescimento em áreas de renda mais baixa", afirmou em teleconferência com analistas nesta terça-feira o diretor de finanças da Oi, Alex Zornig.

Segundo ele, atualmente 17 por cento dos clientes de banda larga da Oi contratam planos acima de 5 megabits por segundo e a intenção da empresa é chegar até o final do ano com 25 por cento da base nessa velocidade de conexão.

A Oi encerrou o segundo trimestre com 4,6 milhões de usuários de acesso rápido à Web, crescimento de 7,8 por cento sobre um ano antes. A média de velocidade da base é de 2,13 megabits/s nos 4.600 municípios em que a empresa está presente, segundo dados da empresa.

Na avaliação do presidente da companhia, Francisco Valim, a companhia pretende compensar a queda na receita média por usuário (arpu) com a promoção de pacotes quádruplos que envolvem telefonia fixa e móvel, banda larga e televisão.

"Nós, como temos cobertura muito grande e vamos ampliar muito mais com o Plano Nacional de Banda Larga, devemos enxergar um crescimento acelerado do número de usuários assim que começarmos a implementar o plano. Essa composição de quatro serviços é o que dá a garantia de que vamos continuar crescendo (a receita)", disse Valim. "O que vai valer é o arpu por domicílio."

Em telefonia móvel, a companhia pretende manter o nível de ofertas de preços, numa estratégia que acompanha o crescimento da rede celular do grupo no país.

"Nesse momento, a nossa estratégia de crescimento acompanha o crescimento de nossa rede. Não vamos comprometer a qualidade do nosso cliente para gerar um crescimento muito grande no curtíssimo prazo", disse Roberto Guenzburger, diretor de produtos e mobilidade, sendo complementado por Valim: "A gente tem um compromisso com o Ebitda (geração de caixa), não vamos fazer crescimento a qualquer custo."

Sobre a simplificação societária, Zornig afirmou que o próximo passo após a definição das relações de troca de ações do grupo são os conselhos das empresas que formam a O, e que se reúnem até o final de agosto, aprovarem os valores sugeridos por comitês independentes.

(Alberto Alerigi Jr. l Reuters)

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