Apsis: única empresa brasileira presente na 2ª Conferência Anual de Valor Justo – Nova Iorque

Nova Iorque, 02 de fevereiro de 2009. Uma manhã congelante, neve em abundância e um vento que nos fazia sentir dentro de um grande frigorífico. O dia recusava-se a amanhecer por completo, como se o Sol preferisse mostrar a sua graça em lugares mais quentes. Nas ruas, pouco movimento, não sabíamos se totalmente pelo frio ou já reflexo da queda da atividade econômica americana. Foi neste cenário adverso que aconteceu o 2o Encontro Anual para troca de experiências e técnicas sobre determinação do que chamamos Valor Justo (“Fair Value”) das coisas. Por coisas podemos entender qualquer categoria de ativo ou passivo, seja ele tangível ou intangível, que seja de propriedade de uma pessoa física ou jurídica. O momento econômico mundial que estamos vivendo levou um público recorde para o evento, que recebeu mais de trezentos participantes, entre empresas de avaliação e auditoria independentes, escritórios de advocacia, membros de instituições reguladoras e normativas, entre outras. Realmente o tema é urgente e desafiador, e as pessoas de todas as regiões dos Estados Unidos envolvidas com o tema estavam ali, naquele frio quase polar, procurando diretrizes e soluções para o cálculo do Valor Justo das coisas neste ambiente pós crise. O passado e as referências precisavam ser revistos.

A APSIS era a única empresa de avaliação brasileira presente, demonstrando nossa responsabilidade sobre a questão que, no caso brasileiro, soma-se a dificuldade de estarmos em pleno processo de migração para novos padrões de valores coerentes com os padrões internacionais. Não podíamos ter escolhido momento melhor para esta migração, quando todos os padrões estão sendo revistos e postos em xeque! Participar desta reconstrução mundial será uma excelente oportunidade de aprendizado e nossas conclusões serão resultado da interação de todos os envolvidos no processo de avaliação.

Foram dois dias de estudos de casos, seminários e painéis de simulação (tipo jogos de empresa), para tentarmos diagnosticar o que deverá mudar nos processos de avaliação. O evento foi aberto por um painel composto por sócios das grandes empresas de auditoria e um representante da SEC (Securities and Exchange Commission). Este painel passou as diretrizes básicas ou “hot points” do que deveria ser foco de atenção dos auditores e órgãos reguladores dali em diante. Estes pontos foram explorados durante todo o evento por especialistas em avaliação, o que incluiu uma excelente e provocativa apresentação do Damodaram*, cujos principais pontos discutiremos com vocês nas próximas “newsletters”.

Podemos resumir estas diretrizes básicas nos seguintes pontos de atenção (os “hot points”), explorados ao longo do evento:
• Valor Recuperável (“Impairment”) de Ativos
• Avaliação de Sinergias e Prêmios de Controle
• Cálculo das Taxas de Desconto
• Avaliação de Ativos Intangíveis
• Combinação de Negócios e Alocação do Preço de Compra
• Avaliação de Contingências
• Equivalências e diferenças entre as normas do FASB (“USGAAP”) e IFRS (incluindo agora o Brasil), relacionadas ao conceito de “Impairment”.

Finalizando, os pontos acima demonstram a preocupação dos auditores e órgãos reguladores em serem mais rigorosos nas metodologias e premissas utilizadas nos cálculos de Valor Justo. Os investidores estão claramente preocupados, demandando maior profissionalismo em todo o processo de avaliação, auditoria e regulação do sistema. As soluções “in house” (avaliações preparadas pela própria empresa), de acordo com o representante da SEC, deverão migrar para profissionais independentes.

A APSIS, como sempre, está fazendo o seu papel, com a responsabilidade de quem, há 30 anos, emite opiniões de valor na economia brasileira.

* Aswath Damodaran é um renomado especialista em avaliação de empresas,
escritor  e professor de finanças da New York University.

Luiz Paulo Silveira
Diretor da APSIS Consultoria Empresarial

 

 

+ posts

Share this post