Arezzo deve aumentar visibilidade do setor calçadista na bolsa

A estreia da Arezzo na Bovespa, prevista para o início de fevereiro, deverá ajudar a consolidar a presença do setor calçadista na bolsa brasileira, na qual já estão listadas Grendene, Vulcabrás e Alpargatas. A companhia aguarda o resultado da reserva da oferta pública, encerrado nesta sexta-feira. A empresa pretende captar de R$ 330 milhões a R$ 419 milhões com a venda de aproximadamente 20 milhões de ações ordinárias na Bovespa.

Para o diretor de Relações com Investidores da concorrente Grendene, Francisco Schmitt, a abertura de capital da Arezzo será importante para aumentar a visibilidade do setor no mercado acionário brasileiro. "Isso tornará o segmento mais atrativo para investidores". O executivo espera que aconteça com fabricantes de calçados o mesmo que ocorreu com companhias ligadas à construção civil. "Há quatro ou cinco anos, este segmento chamava pouca atenção do investidor porque sua representatividade na bolsa era muito pequena", disse. Segundo ele, o cenário mudou à medida em que cresceu o número de empresas da área listadas na Bovespa. "Atualmente estes papéis são alguns dos mais procurados."

De janeiro a setembro de 2010, a Arezzo vendeu 6,2 milhões de pares de sapatos femininos, 230,3 mil bolsas e 505,6 mil acessórios, o que representou uma receita operacional líquida consolidada de R$ 395 milhões no período. Nos nove meses, o lucro líquido da companhia somou R$ 43 milhões, enquanto a geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 64,5 milhões. Segundo a empresa, de 2007 a 2009 a receita operacional líquida consolidada cresceu 117,2%, com uma taxa de expansão anual composta de 47,4%.

No prospecto encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a companhia destacou a atuação da equipe de Pesquisa e Desenvolvimento (D&P) e a forte geração de fluxo de caixa entre os fatores que contribuem para seu crescimento. "Em 2007, 2008 e 2009, nosso fluxo de caixa livre antes do pagamento de juros e de obrigações fiscais parceladas foi de, respectivamente, R$ 14,5 milhões, R$ 8,7 milhões negativos e R$ 39,4 milhões". O documento enviado à CVM, não informa, porém, qual será o destino dos recursos captados na bolsa.

Há 38 anos no mercado, a empresa é dona das marcas Arezzo, Schutz, Anacapri e Alexandre Birman. A produção da companhia é escoada por meio de 260 franquias, das quais sete estão no exterior. Por meio da rede distribuição, a varejista atua em 48 países, além do Brasil. A empresa possui ainda 27 postos de venda próprios que estão concentradas no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Porto Alegre.

O BofA Merrill Lynch é o coordenador líder da Oferta inicial de ações (IPO na sigla em ingês) da Arezzo. O banco atuará na operação ao lado do Credit Suisse e do Itaú BBA. Além da companhia, a A Vulcabras/ Azaleia também deverá ajudar a reestruturar a presença do setor calçadista na Bovespa. A empresa pretende migrar para o Novo Mercado ainda este ano.

(Maria Carolina Ferreira | Jornal do Commercio)

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