Attachmate reforça atuação no Brasil e planeja aquisições na AL

A americana Attachmate, especializada em software para o mercado empresarial, inicia o ano com um projeto ambicioso: elevar o faturamento, hoje de aproximadamente US$ 400 milhões por ano, para US$ 1 bilhão em até três anos, ou "o quanto antes", nas palavras do diretor-geral da companhia para a América Latina, Edwin Bowman, em visita ao Brasil. Para chegar a essa cifra, a empresa estuda aquisições e planeja reforçar sua atuação na região, sobretudo no Brasil.

O país responde por metade do faturamento da companhia na América Latina. Perto do encerramento do ano fiscal 2009, que termina em março, a empresa não dá detalhes recentes sobre o andamento dos seus negócios na região. No ano fiscal anterior, as vendas no país representaram em torno de 4% da receita total da companhia – e a América Latina, 8%. "No ano passado, a região foi a terceira em faturamento para a Attachmate e vamos trabalhar para chegar à segunda posição já neste ano", afirma o executivo, em entrevista ao Valor.

Estimativas de mercado são de que o setor de tecnologia da informação (TI) crescerá 3% este ano globalmente, liderado pelos países emergentes; no Brasil, a evolução será de pelo menos 10%. Na avaliação de Bowman, o país possui atualmente o maior potencial de expansão. "A economia está forte e deve apresentar crescimentos mais expressivos nos próximos anos, com a proximidade da Copa do Mundo e da Olimpíada."

A Attachmate fabrica software para [computadores de grande porte do tipo] mainframe, sistemas de integração e programas de segurança. Com 65 mil clientes no mundo, a empresa foi fundada há 26 anos, tendo como foco inicial a oferta de software para integração de sistemas.

Há quatro anos, em uma estratégia para dobrar de tamanho, a Attachmate adquiriu a NetIQ, especializada em sistemas de gerenciamento de segurança e infraestrutura. Em 2008, a NetIQ desenvolveu em parceria com a Nortel um aplicativo para gerenciamento da qualidade de voz em redes IP para empresas com até 100 mil ramais, que usam o serviço de voz por internet (VoIP).

Porém, o agravamento da crise financeira internacional a partir do fim de 2008 obrigou a empresa a retardar os projetos globais de expansão. "Focamos na redução de custos no ano passado e encerraremos o ano fiscal com crescimento da receita. Com isso, vamos ganhar fôlego para retomar as estratégias de expansão", diz. A Attachmate planeja comprar neste ano empresas que tenham negócios complementares aos seus.

Para reforçar a atuação na América Latina, a companhia elegeu como diretor de vendas para a região o mexicano Héctor Aguirre, que já passou por companhias como Diebold, Sensormatic e NCR. "A estratégia inicial consistirá em elevar as vendas para os clientes atuais, fornecendo serviços integrados e, futuramente, aumentar a base de clientes, principalmente no Brasil", afirma Aguirre. Um dos objetivos é ampliar na região as vendas de serviços da NetIQ, divisão que atualmente responde por 50% do faturamento global da Attachmate, mas que na região ainda não alcançou essa marca.

A Attachmate mantém uma estrutura na região de 50 funcionários, distribuídos em escritórios na Cidade do México, em São Paulo, Brasília e Buenos Aires. Segundo Bowman, a empresa pretende ampliar a rede de distribuidores na região e, caso as expectativas de crescimento se concretizem no Brasil, a companhia abrirá um escritório no Rio de Janeiro até 2011.

(Cibelle Bouças – Valor Econômico)

 

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