BMG quer levantar R$ 1 bi com fundo de crédito

O banco BMG pretende levantar até R$ 1 bilhão em recursos por meio da venda para fundo de investimento de uma carteira de créditos consignados, modalidade de empréstimo para pessoas físicas com desconto direto na folha de pagamento.
 
Ao todo, o fundo Caixa RPPS Consignado BMG terá R$ 1,28 bilhão, sendo que R$ 281 milhões em cotas ficarão com o próprio banco. Esse colchão – as cotas subordinadas – servirá para absorver eventuais perdas que o fundo possa vir a sofrer, antes que elas atinjam os demais investidores.
 
A ideia é que o dinheiro seja captado entre regimes próprios de previdência social (RPPS), como são chamados os fundos de pensão de funcionários públicos de Estados e municípios.
 
O fundo comprará os direitos creditórios do BMG com vencimento em até 84 meses, com um desconto de 22% ao ano a 75% da taxa de juro definida nos contratos, prevalecendo a maior. A expectativa é de que os cotistas obtenham uma rentabilidade equivalente à inflação medida pelo IPCA mais a taxa do título público NTN-B de vencimento em três anos, além de um spread de 1,5% ao ano.
 
Em relatório de risco, a Standard & Poor”s (S&P) atribuiu a nota brAAA (sf), o que confere um nível de proteção "extremamente forte", segundo os critérios da agência de classificação.
 
Entre os pontos fracos do produto, a S&P apontou o fato de os créditos consignados poderem ter um vencimento de até 84 meses (sete anos). "[Isso] permite que a carteira do FIDC apresente um perfil de prazo mais longo do que o historicamente mantido pelo BMG", escreveu a agência.
 
Apesar de ter créditos de longo prazo, o fundo permite o resgate a qualquer momento. Para se proteger de eventuais descasamentos, o fundo impõe que o resgate só se dará 180 dias depois do pedido, sendo condicionado também à liquidez do fundo.
 
Outra fraqueza do fundo, diz a S&P, é o risco de descasamento de taxas. Os direitos creditórios são comprados a uma taxa prefixada, enquanto a remuneração alvo é flutuante, de acordo com a inflação e a taxa de juros.

(Carolina Mandl | Valor)

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