BR Properties vai manter aquisições

A BR Properties vai manter sua estratégia de crescer com aquisição de concorrentes e de ativos de renda, mesmo quando for concluída a incorporação da One Properties (antiga WTorre Properties), que consolida a empresa como a maior do segmento de renda com propriedades comerciais. A operação foi anunciada em setembro de 2011, e o processo de ”due dilligence” terminou na semana passada. "O mercado de propriedades comerciais é muito pulverizado. Ainda há oportunidades de consolidação", diz o diretor-presidente da BR Properties, Claudio Bruni.

A companhia combinada tem portfólio de R$ 10,2 bilhões em imóveis para locação, o dobro dos R$ 5,143 bilhões em ativos que a BR Properties detinha no terceiro trimestre de 2011. As futuras aquisições serão financiadas com o caixa da empresa combinada. No terceiro trimestre do ano passado, o caixa da BR Properties era de R$ 1,072 bilhão, e o da nova companhia chega a R$ 1,5 bilhão. "Fizemos nossa primeira aquisição em abril de 2007. Há cinco anos, tínhamos R$ 220 milhões em caixa. Somos uma empresa muito agressiva", afirma o executivo.

Desde então, o crescimento da BR Properties vem se baseando em aquisições de escritórios comerciais, galpões e imóveis para o varejo, cujas participações atuais no seu portfólio são de 56%, 37% e 7%, respectivamente. Com a união dos portfólios das duas empresas, essas participações irão para 65%, 25% e 10%, respectivamente.

Há expectativa que a rentabilidade da nova companhia medida pelo indicador margem Ebitda seja superior à que vinha sendo obtida pela BR Properties, pois o número de ativos imobiliários crescerá em proporção maior que a das despesas. O executivo estima que, após a incorporação da One Properties, a margem Ebitda supere 90%. No terceiro trimestre de 2011, a BR Properties teve margem Ebitda de 87%. Num segmento em que o indicador tem patamares elevados, a concorrente São Carlos Empreendimentos e Participações apresentou margem Ebitda de 84,3% no mesmo período.

Além de aquisições, o caixa será utilizado para obras de expansão e retrofits, despesas operacionais e serviço da dívida. Com a incorporação, a relação entre dívida líquida e patrimônio líquido passará de 30% para 40%. "Consideramos que até 45% ou 50% é uma proporção bastante saudável", diz.

Quando o negócio for concluído, os antigos acionistas da BR Properties terão 58,1% da companhia combinada, e os da One Properties, os demais 41,9%. O BTG Pactual, que era o controlador da WTorre Properties desde março de 2011, tornou-se o maior acionista individual da BR Properties com a operação anunciada em setembro.

No momento, a mudança de controle da One Properties está sendo submetida à aprovação por parte de bancos e outros credores da empresa. A conclusão dessa etapa deve levar até duas semanas. Em seguida, será convocada a assembleia geral extraordinária (AGE) dos acionistas da BR Properties para aprovar a incorporação da One Properties. O processo deve estar concluído até o fim de fevereiro.

(Chiara Quintão | Valor)

 

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