Brasil segue para ser o segundo maior mercado da Essilor

O Brasil já se tornou o terceiro maior mercado em termos de faturamento do grupo francês Essilor, líder mundial na fabricação de lentes oftálmicas e dono da marca Varilux. O país, que em 2009 ocupava a quinta posição no ranking, está agora atrás apenas dos Estados Unidos e da França.
 
Com um crescimento médio de 20% nas vendas nos últimos anos (25% em 2011), o Brasil deverá ultrapassar a França no prazo de três a quatro anos, disse ao Valor Laurent Vacherot, diretor-geral adjunto da companhia.
 
O número dois do grupo contou que no Brasil, diferentemente de outros grandes emergentes, tanto o volume de vendas quanto a receita são significativos. "No segmento de produtos mais sofisticados, os valores no Brasil são semelhantes aos dos países ricos. Na China, as quantidades são maiores, mas são produtos mais simples, feitos em série, com preços mais baixos", afirma Vacherot. Segundo ele, o faturamento do grupo no Brasil é de cerca de € 170 milhões.
 
A Essilor, que faturou € 4,2 bilhões no ano passado, está ampliando fortemente sua presença nos países emergentes. O faturamento global aumentou 7,3% na comparação com 2010, mas, além do Brasil, na China, Índia, Indonésia, México e Argentina o crescimento das vendas também foi superior a 20%. Na América Latina, houve progressão de 10,4%, segundo resultados apresentados ontem em Paris.
 
O grupo visa uma "forte aceleração" das atividades nos mercados emergentes. A previsão é de que as vendas nesses países, aumentem 145% nos próximos três anos, passando de € 612 milhões em 2011 para € 1,5 bilhão em 2015.
 
Para atingir a meta bastante ambiciosa, o grupo francês focaliza sua estratégia nas aquisições, sobretudo na América Latina, Ásia e África, que já ganharam forte impulso no ano passado. Somente no Brasil, seis empresas foram compradas em 2011, em Estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Bahia, diz Vacherot.
 
O grupo assumiu o controle de laboratórios óticos, que adquirem as lentes semiacabadas e as adaptam conforme a necessidade do usuário. "Eles não têm condições de investir em tecnologia. E agora vão poder desenvolver suas atividades", afirma o diretor-geral adjunto, acrescentando que a "fase de aquisições no Brasil vai continuar".

No total, a Essilor realizou no ano passado 29 operações de aquisição, que representam € 383 milhões no faturamento do grupo. Na Europa, apenas uma empresa foi comprada e, nos Estados Unidos, foram três. O grupo adquiriu também seis companhias na Ásia e três na África.
 
"Há um grande número de belas empresas que podem ser compradas em todo o mundo. Vamos acelerar nosso crescimento por meio de aquisições, sobretudo nos mercados emergentes", disse ontem o presidente da Essilor, Hubert Sagnières, na apresentação dos resultados do grupo, em Paris. Ele preferiu não dar detalhes sobre futuros negócios e disse que "aproveitará as oportunidades que surgirem".
 
Com o reforço da estratégia de aquisições iniciado no ano passado, a participação dos emergentes no faturamento da Essilor passou de 12,7% em 2010 para 14,6% em 2011. "A Essilor reforçou sua liderança e até mesmo conquistou a liderança em mercados como o Brasil, Índia, China e Rússia e se implantou em novos mercados, como o Marrocos, a Colômbia e a Turquia", diz Sagnières.
 
Paralelamente às aquisições, o grupo francês também tem outros planos de negócios no Brasil. Após ter lançado uma linha para a "classe média emergente", chamada Brasilor – de lentes multifocais e com tratamento antirreflexo, mas com preços bem mais baixos do que os da linha Varilux – a Essilor quer desenvolver lentes para a classe D e para populações que vivem em localidades mais distantes e que não tem acesso a oculistas e laboratórios.
 
"A ideia é desenvolver produtos com tecnologia, mas a preços bem acessíveis, e um modelo de negócios que permita atender a esse tipo de população. É um plano que levará dez anos", diz Vacherot.
 
A Essilor também anunciou ontem, em Paris, o lançamento de lentes anti-UV que, segundo a empresa, são as primeiras no mundo a criar uma barreira contra os raios ultravioleta que também entram pela parte superior e pelas laterais dos óculos. Atualmente, só há proteção contra os raios frontais, que incidem na parte frontal das lentes.
 
Elas serão vendidas sob a marca Crizal UV e terão versões para óculos de grau ou de sol. Segundo Vacherot, a Crizal UV chegará ao Brasil a partir de junho. Em abril, serão lançadas no país as lentes com sistema antiembaçante, a Optifog.

 

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