Braskem elege Brasil para investir

Nos últimos dois anos, a Braskem fez grandes investimentos no exterior, com aquisições nos Estados Unidos e Europa. Agora, a empresa voltou a eleger o Brasil para desenvolver seus principais projetos de expansão. Carlos Fadigas, CEO da companhia, disse ao Valor que os planos de crescimento no país incluem uma fábrica de polipropileno no polo de Camaçari (BA), duas novas unidades de produção de "plástico verde" e aportes no Complexo Petroquímico do Rio (Comperj).
 
O valor total desses investimentos ainda está em discussão, mas deve alcançar US$ 5 bilhões. "Nossa prioridade será o Brasil", afirmou o executivo. O ano de 2011 foi difícil para as indústrias químicas e petroquímicas nacionais, por conta da crise internacional. O setor foi prejudicado pela valorização do dólar e pelos grandes volumes de importação de produtos, o que deve resultar em um saldo comercial negativo em US$ 25,9 bilhões.

Apesar desses fatores, segundo Fadigas, a estratégia de voltar a dar prioridade aos investimentos no Brasil leva em conta uma visão de longo prazo. O maior projeto da companhia será tocado em parceria com a Petrobras, no Comperj. Trata-se da maior central petroquímica em construção no país, projeto orçado em US$ 13 bilhões, que terá duas refinarias controladas pela estatal e um polo petroquímico sob comando da Braskem.
 
A Braskem faz parte do grupo Odebrecht – 8º no ranking brasileiro segundo o anuário "Valor Grandes Grupos" – e possui 28 fábricas em operação no Brasil, parte delas advinda da incorporação da Quattor, em 2010.
 
A nafta é a principal matriz petroquímica da Braskem. Com o Comperj, que terá maior fonte de gás natural, a companhia se tornará mais competitiva no Brasil, uma vez que os custos para produzir resinas com nafta são bem mais altos.

(Mônica Scaramuzzo | Valor)

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