BRF espera que metade da receita venha do exterior até 2015

No balanço do terceiro trimestre, o último divulgado pela Brasil Foods (BRF) neste ano, as operações internacionais contribuíram com 40% de todo o faturamento da companhia, mas esse patamar pode aumentar. Isso porque até 2015, a BRF estima que a bola passe a ser dividida e os negócios lá de fora possam ter peso equivalente aos daqui.

Segundo Antonio Augusto de Toni, vice-presidente das operações internacionais da Brasil Foods, nos próximos três anos, será possível que 50% da receita total da empresa possam vir das operações que a BRF mantém fora do Brasil. “Acredito que isso só seja possível por meio de aquisições, qualificação e novos produtos”, afirmou o executivo, em coletiva com a imprensa, nesta quarta-feira.

Toni preferiu manter em segredo se já existe alguma operação em andamento. Mas afirmou que a companhia avalia negócios em todos os países onde mantém operação.  Recentemente, a companhia anunciou uma parceria com o grupo irlandês Carbery para processamento de proteína de leite. Juntas, as duas companhias vão investir 50 milhões de dólares em uma nova fábrica na região.

Mesmo com a crise no mercado europeu e todas as incertezas econômicas geradas por aquela região, neste ano, o volume exportado pela Brasil Foods deve fechar o ano no mesmo patamar que em 2011 – quando as exportações somaram 10 bilhões de reais. “Vale destacar que, no ano passado, nossos resultados foram excepcionais. Mesmo com todos os entraves deste ano, conseguimos manter o volume”, afirmou Toni.

Até setembro, a receita internacional da companhia totalizou 8,2 bilhões de reais, alta de 12% na comparação com o mesmo período de 2011, os volumes exportados pela companhia cresceram 10%, atingindo 1,85 milhão de toneladas.

2012 já é página virada

De uma maneira geral, o ano de 2012 não foi dos melhores para o negócio da Brasil Foods, pois além de todos os ajustes necessários que a companhia precisou fazer em decorrência da fusão entre as marcas Sadia e Perdigão, o aumento súbito dos preços dos grãos pesou contra os negócios da companhia.

“Os ajustes da fusão é página virada neste ano e a partir do ano que vem, vamos  começar a trabalhar como uma empresa normal, sem a preocupação de ter que cumprir determinações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade)”, afirmou José Antonio do Prado Fay, presidente da BRF.

Segundo ele, ainda é muito cedo para prever se os preços dos grãos vão continuar impactando de maneira negativa no balanço da empresa. “Acreditamos que haverá um arrefecimento dos preços e estabilidade para o próximo ano. Estamos otimistas com as perspectivas”, disse o executivo.

Recentemente, Fay havia afirmado que a receita no ano que vem deve ser até 12% maior na comparação com a deste ano. No acumulado do ano até setembro, a receita líquida da companhia somou 20,3 bilhões de reais, alta de 9% em relação ao mesmo período de 2011

(Exame)

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