BTG Pactual conclui compra da chilena Celfin

De olho na criação de uma plataforma regional para a expansão do banco de investimento pela América Latina, o BTG Pactual anunciou ontem a conclusão da compra da corretora chilena Celfin. Pelo negócio, o Pactual pagará US$ 245 milhões com recursos de seu caixa. Adicionalmente, um grupo de cerca de 15 sócios da Celfin ficará com uma fatia de 2,4% do capital do banco brasileiro, trazendo pequena diluição para seus atuais acionistas. O valor total do negócio não foi divulgado. Logo que as conversas entre BTG e Celfin começaram, em agosto, uma pessoa a par das negociações informou ao Valor que o preço total era de US$ 600 milhões. Próximo do fim do ano, entretanto, o Pactual quis renegociar a cifra, alegando que as condições de mercado haviam se deteriorado.
 
Na área de gestão de recursos, a Celfin adicionará R$ 17,1 bilhões aos R$ 160 bilhões que o Pactual já tem sob tutela. Mas a ideia também é intensificar os serviços de banco de investimento e corretora. Em uma entrevista em janeiro, Gordon Lee, estrategista para o México do Pactual, afirmou que, com a Celfin, o banco brasileiro ganhará 13 analistas. Hoje a equipe do Pactual que cobre empresas latino-americanas é de 28 pessoas.
 
"O sistema financeiro mundial está se dividindo em grupos locais. Queremos ser líderes regionais para competir com bancos globais", afirmou André Esteves, presidente e controlador do BTG Pactual. "O objetivo é aproveitar o crescimento de renda e do mercado de capitais que está ocorrendo nos países dessa região", disse Persio Arida, também sócio do Pactual.
 
Com atuação no Chile, na Colômbia e no Peru, a Celfin faz gestão de recursos para investidores institucionais e de alta renda e presta serviços de banco de investimento, atuando, por exemplo, em fusões e aquisições.
 
Segundo Esteves, novas aquisições na América Latina não estão descartadas, assim como a entrada em outros países, como Argentina. Quanto ao México, o banqueiro avalia que sua economia está mais ligada aos Estados Unidos, o que reduz o interesse do banco. No Chile, por enquanto o nome Celfin será mantido. No Peru e na Colômbia a gestora já passará a se chamar BTG Pactual.

(Carolina Mandl | Valor)
 

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