CCR estuda entrada no setor de aeroportos

A CCR, empresa concessionária de rodovias, vai analisar sua entrada em Infraestrutura aeroportuária, no momento em que o governo federal começa a promover licitações para que a iniciativa privada ingresse no setor.
"Com a eventual exploração do novo setor, a CCR espera dar sequência à sua estratégia de crescimento qualificado para os próximos anos", informou a empresa em fato relevante nesta segunda-feira.

Caso a companhia confirme sua entrada no novo ramo, os primeiros negócios, porém, devem ser no exterior.

A Andrade Gutierrez e a Camargo Corrêa, acionistas controladoras da CCR, podem transferir a participação acionária em aeroportos no Equador, na Costa Rica e em Curaçao. Para isso, será criado um comitê independente responsável pela análise da potencial aquisição de fatia nesses empreendimentos pela CCR.

"Caso a participação da CCR nesse setor seja considerada viável, os acionistas controladores Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa pretendem canalizar para a companhia negócios de sua atual titularidade no setor aeroportuário, bem como a exploração de novas oportunidades no referido segmento", disse a CCR.

O documento da CCR menciona, ainda, a possibilidade de participação no projeto do Novo Aeroporto de São Paulo (Nasp), detido conjuntamente por Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa. Não há mais detalhes sobre tal empreendimento.

O anúncio da CCR ocorre uma semana após o governo ter dado largada a um processo de licitação de aeroportos no Brasil, em meio ao esforço para melhorar a infraestrutura aérea antes de eventos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Em 22 de agosto, o consórcio formado por Infravix, do grupo Engevix, e a argentina Corporación América conquistou o direito de erguer o aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN), que terá investimento total de 650 milhões de reais.

O edital para os próximos leilões de terminais –Guarulhos e Viracopos (SP) e Brasília (DF)– está sendo formulado e pode ser apresentado em setembro. O leilão está previsto para 22 de dezembro.

EXTERIOR

A Andrade Gutierrez detém, direta e indiretamente, participações de 45,5 e de 48,75 por cento nos aeroportos internacionais do Equador e da Costa Rica, respectivamente.

O aeroporto de Quito, no Equador, teve receita bruta de 81,2 milhões de dólares no ano passado, com lucro líquido de 45,6 milhões de dólares. O prazo de concessão é de 30 anos, com término em janeiro de 2041. O número de passageiros no último ano foi de 5,2 milhões.

O aeroporto de San José, na Costa Rica, teve receita bruta de 61,7 milhões de dólares em 2010, com lucro de 2,2 milhões de dólares. A concessão tem prazo de 25 anos e acaba em maio de 2026. O movimento foi de 3,5 milhões de passageiros no ano passado.

A Camargo Corrêa possui 40,8 por cento no aeroporto internacional de Curaçao, que teve receita de 30,1 milhões de dólares e lucro de 800 mil dólares no ano passado, com movimentação de 1,6 milhão de passageiros. A concessão é de 30 anos e vence em julho de 2033.

A CCR administra quase 2,5 mil quilômetros de estradas no Brasil, entre elas a NovaDutra, que liga São Paulo e Rio, e o sistema Anhanguera-Bandeirantes (AutoBan), da capital paulista ao interior do Estado.

(Carolina Marcondes l Reuters)

+ posts

Share this post