CCR, Odebrecht e Invepar levam Transolímpica

Um dos principais projetos de mobilidade urbana do Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos de 2016, a Transolímpica vai ser construída e administrada por um consórcio formado por CCR (33,33%), Odebrecht TransPort (33,33%) e Invepar (33,34%). A sociedade venceu o leilão ontem com oferta de R$ 57,97 milhões pela outorga. Os investimentos totais no projeto estão estimados em R$ 1,6 bilhão.
 
O empreendimento vem sendo chamado pela prefeitura do Rio como a maior obra da cidade nos últimos 30 anos. Serão seis faixas de avenidas, três em cada sentido, ligando os bairros da Barra (onde ficará o complexo olímpico) a Deodoro. Duas faixas serão usadas exclusivamente por ônibus – conceito conhecido como BRT (sigla para bus rapid transit). Após a assinatura do contrato, a futura concessionária (constituída nos termos do consórcio) terá que executar as obras de implantação das vias, incluindo os sistemas de operação e manutenção. Além dos 13 quilômetros de avenidas, deverá construir um túnel de 1,58 quilômetro de extensão e 28 pontes e viadutos.
 
O contrato tem duração de 35 anos e, durante esse período, a concessionária será responsável pela conservação, manutenção e operação do empreendimento.
 
Única companhia aberta a figurar no consórcio, a CCR teve sua vitória analisada pelo banco britânico Barclays. Segundo relatório elaborado por Daniel Spilberg e Felipe Vinagre, analistas da instituição, o fato reafirma o histórico da empresa em seguir sua disciplina de capital em projetos de maior rentabilidade.
 
Segundo relatório divulgado pela instituição, os cálculos do poder concedente estimam uma taxa de retorno de 9,5% em termos reais, não alavancados. No entanto, o banco espera que a empresa possa conseguir um número "muito maior" – pelo uso de receitas acessórias, como publicidade, que não foram calculadas pelo governo e podem inflar a remuneração.
 
O Barclays defende ainda que o crescimento de tráfego de apenas 3,7% calculado pelo governo foi conservador demais. Além disso, os analistas do banco lembram que o setor privado tem sido, historicamente, capaz de ser "mais eficiente" do que o governo no planejamento das obras – o que garantiria mais retorno do que o previsto aos investimentos.

(Fábio Pupo | Valor)

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