CH2M planeja estar entre as dez maiores

Depois de o presidente da empresa americana de construção CH2M Hill, Lee McIntire, demonstrar ao Valor insatisfação sobre o desempenho da empresa no Brasil, a companhia traçou um plano de crescimento agressivo no mercado doméstico. Os executivos reconhecem que – com quinze anos de atuação no país – as operações ainda fornecem resultado tímido, se comparado aos números globais.

Em 2010, foram registrados US$ 22 milhões de faturamento no país, apenas 3,5% das receitas globais – que alcançam US$ 6,3 bilhões. Mesmo assim, o presidente da divisão global de água e energia do grupo, Robert Card, está confiante. Em cinco anos, quer fazer a empresa figurar entre as dez maiores companhias de engenharia no país. "É um grande desafio", reconhece – já que para obter o feito, precisa multiplicar as receitas por pelo menos cinco, segundo seus cálculos.

Para ele, a expansão da empresa tem uma grande chance graças ao bom momento da economia brasileira e ao aumento da demanda por obras de infraestrutura. Isso, somado ao fato de clientes globais da empresa estarem desembarcando no país para aproveitar as oportunidades de negócios – e estabelecendo parcerias com a CH2M também no Brasil – são os principais instrumentos para o "crescimento agressivo" almejado por Card.

Além do crescimento orgânico, Card diz que a empresa pretende fazer aquisições. Quando perguntado quanto pretende investir com a compra de outras empresas, responde: "O quanto for necessário". O país é considerado uma das seis regiões estratégicas para a empresa nos próximos anos, ao lado de Oriente Médio, Reino Unido, Canadá, Cingapura e Austrália.

Os planos da companhia incluem o fortalecimento de serviços de engenharia de grandes obras e do setor de petróleo – tendo entre seus clientes a Petrobras. Segundo ele, o fato de o Brasil ter empresas fortes no mercado de construção não atrapalha os negócios – "pelo contrário", diz Card, já que a empresa pode elaborar parceiras para atuação em conjunto para disputar contratos tanto do setor público como do privado. Uma dessas parcerias foi feita em abril, quando a companhia firmou uma com a brasileira Método Engenharia. Os executivos explicam que a empresa não pretende brigar de frente com as empreiteiras, pois os planos não incluem fazer da CH2M Hill uma construtora. "Queremos elaborar engenharia e prestar consultoria em projetos. Não planejamos nos transformar em uma empreiteira no Brasil", diz Pablo Ibañez, diretor de operações no Brasil.

Card diz que, além de fortalecer suas operações no segmento de engenharia, a empresa pretende crescer no mercado de tratamento e reuso de água para a indústria. Segundo Card, já estão sendo assinados contratos nesse setor com empresas brasileiras – embora não forneça detalhes.

O anúncio das intenções para o crescimento no país é contrastado com a falta de clareza acerca de um planejamento específico. Quando perguntado sobre em que setor – dentre os quais atua – a empresa terá o crescimento mais acentuado, Card diz: "Teremos em todos".

(Fábio Pupo | Valor)

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