Cia Athletica e Bodytech investem no Nordeste

O cenário de expansão da renda e do consumo no Nordeste já atrai o interesse das redes de academias preferidas pelos endinheirados do Sudeste. Nesta semana, a paulista Companhia Athletica anunciou sua chegada à região com um investimento de R$ 10 milhões em uma unidade no Shopping RioMar, que está sendo construído no Recife. A Bodytech, do Rio, está desembolsando outras dezenas de milhões em sua inserção nas praças de Salvador, Recife, Fortaleza, Maceió e Natal.
 
O diretor de Marketing da Companhia Athletica, Marcos Nisti, diz que o grupo avaliava há algum tempo o mercado nordestino, na esteira do potencial criado pela expansão econômica dos últimos anos. "Faltava um espaço adequado para comportar a nossa marca", diz o executivo, ao justificar a escolha do endereço no Recife. Previsto para ficar pronto em outubro, o RioMar, do grupo JCPM, promete ser o maior shopping do Nordeste.
 
Voltada ao público da classe A, a academia ocupará uma área de 3 mil m² que inclui espaço para ginástica, três piscinas, quadra poliesportiva e área para pilates. A expectativa é ter cerca de 2,5 mil alunos, com mensalidade em torno de R$ 450.
 
Com planos ainda mais ambiciosos está a Bodytech, que tem como sócios os empresários Alexandre Accioly, João Paulo Diniz e Luiz Urquiza, além do técnico de vôlei Bernardinho. O grupo pretende inaugurar em agosto próximo a sua primeira unidade na região, que ficará no shopping Iguatemi, em Salvador, e vai custar R$ 10 milhões.
 
Segundo Accioly, já foram adquiridas áreas em Natal, Recife e Maceió. A empresa ainda procura um terreno em Fortaleza. O investimento em cada academia da Bodytech varia entre R$ 10 milhões e R$ 25 milhões.
 
"O Brasil está bombando e o Norte e Nordeste são a nossa China. Com o crescimento econômico, as pessoas estão pensando mais em qualidade de vida e em investimento saudável", disse o empresário, que pretende inaugurar dez novas academias em 2012, levando a 42 o número total de unidades da Bodytech. O faturamento em 2011 foi de R$ 180 milhões e a meta para este ano é de R$ 270 milhões.
 
Diante da iminente chegada de novos competidores, os empresários locais do setor dizem que não há motivo para desespero. Sócio da R2, academia voltada ao público de alta renda do Recife, o empresário Rodrigo Longman será vizinho da Companhia Athletica. Ainda assim, diz que há mercado para todos. "Não vejo com maus olhos a chegada dessas redes. Ainda há bastante demanda reprimida", afirmou ele, que investiu recentemente R$ 1,2 milhão na expansão da maior de suas duas unidades.
 
Longman acredita, no entanto, que as academias forasteiras terão muita dificuldade para encontrar bons pontos, devido à indisponibilidade e, principalmente, aos preços cada vez mais altos dos imóveis nas principais capitais nordestinas. Accioly concorda. Questionado sobre os valores que estão sendo pedidos – ele também avalia uma aquisição em Belém -, o empresário afirmou que algumas praças, como Recife e Fortaleza, estão com os preços muito próximos dos cobrados em São Paulo.

(Murillo Camarotto | Valor)

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