Cielo mantém liderança do setor, mesmo com lucro menor

A maior concorrência no segmento de adquirência foi destacada pelo presidente da Cielo, Rômulo de Mello, como a principal causadora do encolhimento do lucro líquido da empresa, que caiu 3,5% no primeiro trimestre frente a igual período de 2010, para R$ 424,7 milhões. A perda de vigor foi ainda maior na comparação entre os três meses iniciais de 2011 e o período de outubro a dezembro do ano passado, já que o recuo observado neste caso foi de 4,2%.

"A queda nas margens de ganhos, no entanto, foi menor que a observada na indústria com um todo", ponderou o executivo ontem, durante teleconferência com jornalistas para apresentar o balanço do trimestral. Apesar do fraco resultado, ele comemorou o fato da credenciadora permanecer na liderança do setor, com 57,2% de participação de mercado.

Enquanto isso, o market share de sua principal rival, a Redecard, baixou de 43,1% para 42,8% no mesmo intervalo. Na semana passada, a concorrente reportou ter atingido lucro líquido de R$ 281,3 milhões nos três meses até janeiro, recuo de 20,2% na comparação anual.

O presidente da Cielo afirmou que é mais apropriado usar o quarto e não o primeiro trimestre de 2010 como base para se avaliar a atual participação de mercado das empresas de adquirência, porque, no início do ano passado, a companhia capturava apenas transações da bandeira Visa, maior do mundo, e tinha apenas a Redecard como concorrente. Essa realidade mudou com a abertura do mercado no passado.

Assim, se considerados os números do Santander, que ingressou no setor em abril de 2010 e hoje tem 1,3% do bolo, a atual fatia da Cielo encolhe para 56,5% e a da Redecard fica em 42,2%. Segundo executivo, não há informações quanto à parcela que o banco espanhol detinha no quarto trimestre.

Mello ressaltou que, em abril, a Cielo começou a capturar as operações de crédito e débito da bandeira Elo, lançada pelo Banco do Brasil, o Bradesco e a Caixa Econômica Federal naquele mês. Segundo ele, estas transações não deverão ter impacto no lucro líquido da companhia em 2011, ainda que seu peso deva ser sentido nas receitas da credenciadora ao longo do ano. "A captura ainda é incipiente porque a bandeira não existia até dias atrás", explicou. Contribuições para os ganhos da empresa, afirmou, deverão acontecer à medida em que os cartões da marca ganharem espaço no mercado e mais bancos participarem de seu processo de distribuição.

(Maria Carolina Ferreira | Jornal do Commercio)

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