Com alta no lucro, Valid volta às compras

Quase um ano e meio depois de abandonar o nome American Banknote, a Valid ensaia quebrar o jejum de aquisições que se arrasta desde o novo batismo. "Estamos com um radar aguçado para compras neste ano", diz Carlos Affonso D´Albuquerque, diretor financeiro e de relações com investidores da empresa. A Valid é especializada em serviços para meios de pagamento (ela produz, por exemplo, os cartões usados pelos grandes bancos).
 
O apetite de aquisições reflete os bons resultados que a companhia acumulou no período sem compras. No quatro trimestre de 2011, o lucro líquido ajustado da Valid subiu 15,7%, para R$ 36,4 milhões, na comparação com mesmo período do ano anterior. A receita líquida cresceu 12,2%, para R$ 227,7 milhões, na mesma comparação.

Para 2011 como um todo, a receita subiu 15,5%, para R$ 873,9 milhões frente a 2010 e o lucro ajustado subiu 28,6% para R$ 128,7 milhões. A margem líquida subiu 1,5 ponto percentual no período, para 14,7%.
 
O ajuste no resultado desconsidera os gastos com a abertura de uma certificadora de digital, empresa responsável por assinaturas eletrônicas, que dão validade para transações digitais. Em 2011, a Valid gastou cerca de R$ 17 milhões com o projeto, sendo R$ 7,4 milhões apenas no quarto trimestre. A certificadora ainda não está operacional, mas Affonso prevê sua estreia para o início do segundo trimestre.

Sem os ajustes, o lucro do quarto trimestre seria de R$ 29,2 milhões (queda de 10% contra mesmo período de 2010) e o lucro anual R$ 111,8 milhões (alta de 19% contra 2010).
 
A emissão de R$ 100 milhões em debêntures, realizada em outubro passado, também ajuda a dar fôlego às possíveis compras. "Vamos usar o dinheiro para pagar uma dívida anterior que começou a vencer em 2011 sem precisar parar com as aquisições", afirma Affonso.
 
O resultado da empresa em 2011 teve ajuda da troca dos cartões com tarja magnética para plásticos com chip, processo que deve durar até 2013, prevê Affonso. Hoje, 45% da base bancária de cartões migrou para o chip. Os meios de pagamento foram responsáveis por R$ 402,6 milhões da receita da empresa em 2011, valor 10,9% superior que em 2010.

Serviços de identificação biométrica adicionados a emissão de carteiras de motorista e identidades, outro serviço oferecido pela empresa, também engordaram o resultado. Por isso que, mesmo com um número 7,2% menor de documentos emitidos em 2011, a receita nesse segmento pulou 12,5%, para R$ 258,7 milhões.
 
A Valid também submeterá a assembleia de acionistas em abril proposta para elevar a distribuição de dividendos do resultado de 2011 de 40% para 80% do lucro, no total de R$ 65,9 milhões.

(Felipe Marques | Valor)

 

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