Companhia negocia aquisição do portal iG

Enquanto seu próprio futuro permanece indefinido, a empresa de internet Yahoo negocia a compra do portal iG, pertencente à operadora de telefonia Oi. As conversas estão adiantadas e podem ser concluídas no começo de janeiro, apurou o Valor.
 
A Oi, que tem uma série de compromissos financeiros para honrar nos próximos meses, pretende levantar R$ 150 milhões com a operação, segundo fonte a par do assunto. O valor não está fechado.
 
As negociações envolvem apenas o portal iG, ou seja, a produção de conteúdo – área na qual o Yahoo tem interesse em crescer. Estão de fora das conversas os ativos de infraestrutura e serviços como o iG Negócios (de hospedagem, domínio e antivírus empresariais).
 
Neste momento, o Yahoo está conduzindo dois estudos fundamentais para fechar a aquisição. Um deles diz respeito à estrutura de custos do iG. O outro é uma análise da audiência gerada diretamente pelo portal. Além de sua produção de conteúdo, o iG agrega diversos sites em sua estrutura, o que ajuda a alavancar o número de visitantes. O Yahoo, que não trabalha com esse modelo, quer levantar qual a audiência do portal sem essas páginas acessórias.
 
Oficialmente, a Oi diz que "não procede a informação" de que esteja vendendo o iG. No entanto, os administradores da operadora avaliam que o portal não faz parte dos ativos essenciais.
 
A venda daria uma contribuição, ainda que modesta, para os compromissos que a operadora terá nos próximos meses. Um deles é o pagamento do direito de retirada aos minoritários dissidentes do processo de reestruturação societária que está em curso na Oi. Esse montante poderia chegar a R$ 3 bilhões. Paralelamente, o balanço do terceiro trimestre indicava dívidas de R$ 4,6 bilhões com vencimento no curto prazo. O caixa da operadora estava em R$ 11,5 bilhões.
 
Fontes próximas à Oi apontam os grupos RBS, Abril e Estado, e a companhia que edita o jornal "Brasil Econômico" como outros interessados em adquirir o iG.

Procurados pelo Valor, o Estado informou que conversou com a Oi no passado, mas que não há negociações no momento. A RBS, que chegou a ser apontada como a maior candidata, negou estar interessada. A Abril informou que não se pronunciaria. Representantes do "Brasil Econômico" não foram localizados para comentar o assunto.

(Valor)

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