Concessionária EcoRodovias prepara entrada em novas áreas

SÃO PAULO – O grupo EcoRodovias, que administra cinco estradas nas regiões Sul e Sudeste do País, decidiu ir além do asfalto para expandir os negócios. Até 2014, um dos principais focos da empresa é a oferta de serviços logísticos, com a construção de terminais de carga em áreas estratégicas, próximas de portos e de grandes centros de consumo. A empresa também quer estrear nos setores portuários e aeroportuários, em futuras licitações.

No meio do caminho, se houver alguma concessão de rodovias, ela também promete avaliar as oportunidades. Até 2013, serão investidos R$ 3 bilhões em novos empreendimentos e nas concessões antigas. "Nosso objetivo é criar a maior empresa de logística integrada do País", frisa o diretor-presidente e de Desenvolvimento de Negócios, Marcelino Rafart de Seras.

Ele destaca que, além das concessões rodoviárias, a empresa já opera dois centros logísticos (chamados de Ecopátios). Um em Cubatão (SP), voltado para importação e exportação, e outro na Rodovia Imigrantes, voltado para distribuição de cargas. Há cerca de um mês, uma nova área foi arrendada em Campinas (SP) para a construção do terceiro terminal, que terá 1,8 milhão de m². As obras devem ser iniciadas dentro de oito meses.

Outros quatro terminais serão levantados nos próximos anos. As regiões já foram selecionadas: Vale do Paraíba (SP), Curitiba (PR), Rio Grande (RS) e Foz do Iguaçu (PR) – nesta última para aproveitar as oportunidades da Tríplice Fronteira (Brasil, Argentina e Paraguai). "Só estamos avaliando as melhores localizações para iniciar as obras", diz Seras. Ele afirma que cada terminal custa, em média, R$ 150 milhões e demora um ano e meio para ser concluído.

Seras explica que esse tipo de serviço feito dentro dos terminais de carga é comum no resto do mundo. No Brasil, a operação está apenas engatinhando. Segundo ele, um dos principais benefícios desses empreendimentos é organizar, por exemplo, o fluxo de cargas nos portos. Os terminais têm um pátio regulador, que controla a saída de veículos rumo ao porto. Assim, a mercadoria chega ao local no momento do embarque, evitando as enormes filas.

Navios maiores

O executivo destaca que, de acordo com o plano de expansão do Porto de Santos, o movimentação de cargas deve saltar de 84 milhões para 180 milhões de toneladas em 2024. Outro ponto importante refere-se à dragagem de aprofundamento do canal de acesso do Porto de Santos, que permitirá a entrada de navios de grande porte (chamados pós-Panamax).

Essas embarcações exigem maior agilidade no embarque e desembarque das mercadorias, para ficar o menor tempo possível atracado no porto. Um dia a mais parado significa prejuízos milionários. Todos esses fatores incentivaram a EcoRodovias a apostar no setor logístico. "Como operadores rodoviários, temos muitos dados que nos levam a crer que, se os gargalos não forem superados, as operações portuárias vão representar grande deficiência para o País."

Além dos projetos de terminais, que devem atender parte da demanda portuária, a empresa também comprou no primeiro semestre a Armazéns Gerais Columbia e EADI Sul – empresa de armazenagem -, que tem unidades nas regiões Sul e Sudeste. Com a aquisição, a EcoRodovias deu um importante passo para se consolidar no setor.

A empresa também tem planos dentro dos portos. Uma das apostas são os contratos de arrendamento de terminais que estão vencendo nos próximos anos, em especial em Santos e Paranaguá. A EcoRodovias planeja disputar as áreas que forem colocadas em leilão. Outro segmento que chama a atenção da companhia é o transporte de carga aérea. Se houver licitação, a empresa também vai estudar as oportunidades. Dinheiro não vai faltar. A empresa captou R$ 874 milhões no primeiro semestre.

(Renée Pereira | O Estado de São Paulo)

 

+ posts

Share this post