Confenar investirá R$ 100 milhões em rede de distribuição

A Confenar, confederação nacional que reúne revendedores e distribuidores exclusivos da fabricante de bebidas Ambev, pretende investir R$ 100 milhões este ano na otimização de sua rede logística. O presidente da associação, Hamilton Picolotti, explicou que 40% dos recursos serão aplicados na aquisição de terrenos e construção de instalações, o que deverá aumentar em 20% a capacidade de armazenagem do grupo de empresas. Além disso, 20% do volume financeiro serão destinados à renovação e ampliação da frota das afiliadas, que conta com cerca de 16 mil veículos atualmente. O restante dos aportes será aplicado na inovação do parque de vasilhames.

"Apostaremos em embalagens retornáveis e recicláveis, porque a demanda por produtos com grande apelo ecológico cresce a cada dia", ressaltou. Responsável por aproximadamente 40% da distribuição de bebidas no País, a instituição atende a cerca de 1 milhão de pontos de venda no mercado local e é hoje a maior rede do tipo no Brasil.

Sem precisar quantias exatas, Picolotti afirmou que a maior dos investimentos virá de recursos próprios das 150 revendas filiadas da confederação, ao passo que um percentual pequeno será levantado por meio de linhas de crédito obtidas com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), entre outras instituições financeiras. "A equação final dependerá dos juros cobrados e das condições dos financiamentos oferecidos", assinalou.

Em 2010, o plano de investimentos da Confenar concentrou R$ 60 milhões. Picolotti frisou que revendedores e distribuidores associados decidiram incrementar o pacote de 2011 para acomodar o forte crescimento alcançado nos últimos dois anos. Segundo ele, em 2010, o faturamento conjunto das revendas filiadas chegou a R$ 12,2 bilhões, volume 13% superior ao apurado 12 meses antes. "Também tivemos um resultado bastante positivo em 2009, quando a receita destas companhias teve expansão de 11% em relação a 2008", afirmou.

Apesar dos bons números do passado recente, Picolotti espera um desempenho mais modesto para 2011. "Nossa projeção de crescimento para o período está alinhada com a expectativa de comportamento do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, algo em torno de 3% a 4%", disse. Segundo ele, um dos motivos que explicariam a menor taxa de expansão é o conjunto de medidas de combate a inflação que estão sendo adotadas pelo governo federal, como a contenção à oferta de crédito e a elevação da taxa básica de juros.

"A política monetária se reflete no consumo, já que compromete o poder de compra dos brasileiros", explicou. O presidente da Confenar destacou, ainda, que o desempenho das afiliadas será ancorado por elevações nas alíquotas que incidem sobre o setor de cervejas, como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o Programa de Integração Social (Pis) e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). "Estes aumentos têm efeito negativo no nosso negócio, porque tornam o produto final mais caro."

Na avaliação de Picolotti, o impacto destes elementos nos resultados das empresas associadas ficou evidente já no primeiro trimestre, quando a Confenar registrou crescimento de 2,5%. "O verão menos quente que o do ano passado e a incidência de longas temporadas de chuva também contribuíram para inibir vendas", ressaltou.

(Maria Carolina Ferreira | Jornal do Commercio)

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