Construção civil deve manter ritmo aquecido pelos próximos dois anos

Andando por alguns bairros de Maceió e observando a quantidade de empreendimentos sendo erguidos, não resta dúvida: o mercado imobiliário segue superaquecido. No ramo há 32 anos, o empresário José de Araújo Barros, da Araújo Barros Construções, afirma que este é o segundo melhor momento vivido pela construção civil.

“O país passou uma fase parado. A área civil ficou deteriorada e ficou entre 10 a 15 anos sem investimentos nem incentivos do Governo. Mas com o Programa de Aceleração do Crescimento [PAC], o setor foi impulsionado”, disse ele lembrando que outro momento favorável para a construção foi na década de 70. “O que estamos vivendo agora é o segundo melhor momento, o primeiro foi em 1975 e 76, quando Brasil se endividou para fazer obras”.

O crescimento na demanda revelou uma deficiência do mercado: pouca mão de obra especializada. “A dificuldade que enfrentamos agora é da falta de material e de mão de obra especializada. Falta carpinteiro, pedreiro, engenheiro, técnico. Devido a isso, a mão-de-obra ficou mais cara. Ninguém mais paga o preço de tabela”, disse ele acrescentando que a forma que as construtoras encontram de driblar esse problema é prorrogando os prazos de entrega.

“Barrinhos”, como é conhecido, destacou os investimentos na parte alta da cidade. “Só podemos crescer agora para o Farol, parte alta e litoral norte. Construir na parte baixa ficou complicado devido ao farol do Jacintinho”, disse ele explicando que os prédios da orla marítima precisam seguir um padrão para que não atrapalhe a iluminação do farol no mar. “Os prédios da frente devem ser menores, daí, à medida que se aproximam do farol eles podem ser maiores. Então, muito empresário não acha vantajoso comprar um terreno carro, de milhões, para construir prédios de quatro ou cinco andares. Já perdemos muitos empreendimentos por conta disso”, disse ele ainda afirmando que outro atrativo da parte alta são os preços mais atrativos dos terrenos.

Perspectiva

A perspectiva para o setor, segundo Araújo Barros, é que o mercado continue nesse ritmo pelos próximos dois anos. “Não vai haver retração, mas uma diminuição no número de obras. Sempre haverá investimentos, seja em escolas, hospitais, duplicação de estradas. A importância dos investimentos na infra-estrurura são sentido em longo prazo”.

(Marcela Oliveira l Primeira Edição)
 

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