Cypress vê aumento de aquisições no exterior

O próximo ano é candidato a uma enxurrada de negócios entre empresas nacionais e private equities, mas também de um forte movimento de companhias brasileiras olhando o exterior.
 
"Acho que veremos empresas com faturamento entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões fazendo compras em outros países. Há muitas oportunidades fora do Brasil a bons preços", diz Luiz Felipe Alves, sócio da butique financeira Cypress.
 
A empresa encerrou 2011 assessorando financeiramente oito negócios fechados que, juntos, somaram cerca de R$ 1 bilhão. As operações foram nos segmentos de TI, imobiliário, turismo e saúde. Atualmente está com cinco processos em "due diligence" em empresas de tecnologia e varejo. Para 2012, a meta é concluir entre oito e dez operações, mas alcançar crescimento de 80% nas receitas.
 
Também a Cypress está de olho em fechar negócios no exterior. Procura um parceiro global para ter como um sócio que auxilie a conclusão de transações entre empresas domésticas e internacionais. "Queremos nos manter independentes, sem estarmos ligados a um banco. Mas uma parceria internacional, com um sócio alinhado será interessante", diz Alves.
 
A butique está prestes a fechar uma outra parceria com uma instituição global para realizar no Brasil operações de fusão reversa, em que uma empresa brasileira se une a uma "holding casca" não operacional já listada no mercado de balcão americano e passa a negociar ações – e atrair investidores – por lá.
 
Essa operação é uma alternativa para pequenas e médias companhias, uma vez que o Bovespa Mais, mercado de acesso brasileiro, ainda não decolou. Alves acredita ser possível ainda a listagem na bolsa londrina, que tem já tradição em operações em seu mercado de acesso, o AIM.
 
A Cypress assessora empresas para fusões e aquisições e preparação para abertura de capital. "A transação é feita à medida que seja a melhor opção para cada cliente", diz Alves. A empresa também prepara companhias para a abertura de capital.
 
A assessoria financeira tem entre seus clientes empresas com receitas ente R$ 50 milhões e R$ 1 bilhão. Alves diz que tem percebido maior maturidade nas companhias que os procuram. "Estão mais abertas a mudanças de administração, governança corporativa e auditoria, por exemplo", diz.
 
Em 2011, a Cypress assessorou a compra da incorporadora Pinheiro Pereira pela João Fortes Engenharia; a aquisição de 60% da Polifibra pelo Grupo BMG; a compra da Net Tour Viagens pelo Carlson Wagonlit Travel e também a compra da BicLabel Technologies pela CTI Invest, entre outros.

(Ana Paula Ragazzi | Valor)

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