Desaceleração começou no segundo semestre de 2011

A desaceleração do mercado de implementos rodoviários vem desde a segunda metade do ano passado e, mantida a tendência, aponta para um cenário pior em 2012, prevê a Anfir, a associação que representa a indústria de carretas. De um crescimento de quase 10% no primeiro semestre, as vendas de reboques e semirreboques perderam fôlego e fecharam 2011 quase na estabilidade, marcando um leve incremento de 190 equipamentos (ver gráfico acima).
 
Para a entidade, dois fatores pesaram no desempenho. Primeiro, houve uma mudança na regra de financiamento do BNDES – que, de 100%, passou a cobrir 70% do valor do produto. Junto a isso, a associação acredita que as transportadoras, ao invés de comprarem implementos, direcionaram os investimentos para a compra de caminhões.
 
De acordo com Rafael Wolf Campos, presidente da entidade, muitas empresas se prepararam para uma demanda que poderá não ser confirmada neste primeiro semestre, o que poderá resultar em aumento de ociosidade.
 
Segundo o executivo, a mudança dessa tendência passa por uma participação maior dos bancos privados no crédito para implementos, junto com a flexibilização das regras de financiamento da linha Finame – destinada a bens de capital – do BNDES.
 
Estimulado pelo crescimento das vendas – que, apesar da desaceleração alcançaram a marca histórica em 2011 -, o setor vive um novo ciclo de investimentos. Além da Noma, que vai destinar R$ 75 milhões para dobrar sua capacidade com uma nova fábrica em Tatuí (SP), Randon e Facchini tocam programas de expansão.
 
Dentro do plano de dobrar o faturamento em cinco anos, a Randon vai transferir toda sua linha de câmaras frigoríficas para uma fábrica em Chapecó (SC), comprada em outubro, e vai liberar espaço para ampliar outras linhas no parque industrial de Caxias do Sul (RS), sede da empresa.
 
Quando a fabrica catarinense estiver a pleno vapor, a Randon vai praticamente dobrar para cerca de mil unidades a produção de baús frigoríficos, diz o diretor da área de implementos, Norberto Fabris.
 
Já a Facchini inaugurou recentemente uma fábrica robotizada de caixas de caçambas em Mirassol (SP) e retomou a construção de outra unidade de reboques em Rondonópolis (MT) – um investimento orçado em R$ 45 milhões. "Estamos nos preparando para dobrar o faturamento", afirma o diretor comercial, Euclides Facchini. Segundo ele, a receita do grupo ficou perto de R$ 1 bilhão em 2011.

(Valor)

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