Diletto inaugura fábrica e amplia presença no varejo

Criada em 2007, a paulista Diletto, de sorvetes premium, até pouco tempo atrás delegava toda sua produção a um fabricante terceirizado. Todos os ingredientes vinham da Itália e o processo era supervisionado por Leandro Scabin, fundador da companhia, que iniciou a empresa a partir da receita de seu avô, fabricante e vendedor de sorvetes na região do Vêneto.

Mas em pouco mais de três anos de mercado, os sorvetes da Diletto chegaram a 15 Estados e a produção subiu para 30 toneladas ao mês. "Nenhum fabricante terceirizado tem tempo de produção disponível para esse volume", diz Scabin, que tem como sócios Fábio Meneghini, publicitário da WMcCann, e o ex-sócio do Banco Pactual Fábio Pinheiro. Com investimentos de R$ 10 milhões (financiados pelo BNDES), a companhia tem agora sua própria fábrica, em Cotia, na região metropolitana de São Paulo, que começou a produzir no mês passado.

Com máquinas vindas da Itália, a fábrica tem capacidade para 300 toneladas mês e vai ajudar a companhia, que produz basicamente picolés, a diversificar sua linha. Também será peça-chave no plano de elevar em quase seis vezes seu faturamento, que no ano passado foi de R$ 7 milhões.

"Nossa meta é fechar este ano com R$ 22 milhões e 2012 com R$ 40 milhões em vendas", diz Scabin, que não só continua importando da Itália todos os ingredientes de seus sorvetes, como também passou a comprar palitos da República Tcheca. "Falando assim, parece coisa esnobe. Mas eles têm lá uma madeira de reflorestamento bem mais insípida que a usada aqui no Brasil para os palitos de picolé. Ela é escura como mogno e, como os fabricantes tchecos têm mais escala, sai até um pouco mais barato que comprar os palitos aqui", explica o empresário.

A Diletto está investindo mais R$ 2 milhões no desenvolvimento de novos produtos, que deverão ser lançados a partir de agosto. "Além de expandir nosso volume, a fábrica própria proporciona essa liberdade para criação de novas embalagens, formatos, receitas e sabores", diz Scabin.

A empresa tem distribuição direta – em São Paulo – e terceirizada, em outros Estados. Hoje, os supermercados já respondem por 50% do volume vendido. O restante fica com cafeterias, empórios e os quiosques da marca, localizados em shoppings onde o perfil do consumidor se encaixa entre as classes A e B. "Nosso foco não é a classe C, mas também temos recebido um bom retorno desses consumidores por meio de nosso SAC", diz Scabin. Os picolés da Diletto custam em torno de R$ 7 cada um desde seu lançamento. Mas a tabela de preços está sendo reajustada em torno de 6% por conta da alta nos custos dos insumos.

Para crescer o planejado até 2012, a empresa tem duas estratégias. A primeira é espalhar os pontos de venda próprios. Os quiosques da Diletto são próprios e eram somente quatro no início do ano. Oito estão sendo abertos entre a capital paulista, Brasília, Rio de Janeiro e Campinas. A ideia é abrir mais 20 até o fim do ano. "Em sorvetes, nossa maior concorrente é a Häagen-Dazs. Mas competimos também com os ”iogos”", diz Scabin, se referindo à onda dos "frozen yogurts" (iogurtes gelados).

A outra frente de crescimento são eventos em que a companhia instala um carrinho à moda antiga para vender seus picolés. "Em eventos corporativos, produzimos os picolés com a marca da empresa – coisa que pouco fabricante concorda em fazer", diz Scabin. Para ele, dessa maneira a Diletto gera experimentação e atrai mais consumidores. Foi assim que a empresa começou: a marca foi lançada em uma badalada festa de Reveillón em Trancoso, na Bahia.

(Lílian Cunha | Valor)

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