Dobrevê busca parceiro estratégico

A Dobrevê Energia (DESA) está em busca de um parceiro estratégico para seu negócio. A empresa tem hoje como principal acionista a família Weege, dona da malharia catarinense Malwee, e está investindo cerca de R$ 1 bilhão para erguer parques eólicos com capacidade de gerar 205 megawatts (MW) na cidade de João Câmara, no Rio Grande do Norte.
 
A busca de um novo sócio é para tentar dar mais competitividade à empresa que não conseguiu vender nenhum megawatt nos últimos leilões do governo federal, em 2010 e 2011. A meta da companhia era ter 600 MW sob seu portfólio em 2014, mas a concorrência tem impedido o avanço da companhia. A grande quantidade de grupos estrangeiros no leilão e a agressividade dos preços da energia fizeram com que a escala passasse a ser importante nesse negócio. Além disso, a venda no mercado livre de energia tem levado as empresas a buscar parceiros que já são grandes geradores de energia, como aconteceu com a Renova, que fechou acordo com a Cemig, por meio da Light.

Os donos da Dobrevê contrataram o banco Merril Lynch para buscar os novos parceiros, mas não falam do assunto. A administração da empresa foi procurada, mas também não deu qualquer resposta aos questionamentos. Além da família catarinense Weege, os controladores da Natura são sócios do empreendimento com 21% do capital. Eles entraram na sociedade em 2009, por meio da gestora Pragma.
 
Muitos investidores do setor estão interessados na compra de ativos do setor de energia eólica, mas os geradores têm preferido comprar o controle das companhias ou investir em projetos novos. O próximo leilão do governo federal, que acontece no dia 20 de dezembro, terá novamente forte concorrência desse tipo de energia. Do total de 6.286 MW cadastrados para o leilão, cerca de 5.150 MW é de empreendimentos eólicos. São 205 parques que vão a leilão e a disputa promete ser novamente grande.

Pela primeira vez o governo federal permite a participação de eólicas no leilão de longo prazo, em que a entrega de energia é feita em cinco anos. Desde 2009, os leilões eram de curto prazo com entrada em operação dos empreendimentos em três anos. Os preços foram caindo fortemente e no último leilão chegaram a ficar em R$ 100. O próprio presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, diz que ficaria surpreso se os preços caíssem mais ainda agora. Até 2014, os investimentos em eólicas vão somar R$ 30 bilhões no país.

(Valor)

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