Duratex investirá R$ 220 milhões na ampliação da Deca

A Duratex, maior fabricante de painéis e chapas de madeira do Hemisfério Sul e controlada pela Itaúsa, vai investir R$ 220 milhões para aumentar a capacidade produtiva de louças e metais sanitários da divisão Deca. Atualmente, a taxa de ocupação nas linhas de metais, que podem produzir 15,8 milhões de peças por ano, está em 98%. Em louças, com fabricação anual de 7,2 milhões de peças, esse índice está em 88%. Parte dos recursos deverá ser levantada por meio de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o restante virá do caixa da empresa.

De acordo com o diretor financeiro e de Relações com Investidores da companhia, Flavio Donatelli, R$ 120 milhões serão aplicados na expansão da fábrica de metais de Jundiaí (SP) e outros R$ 100 milhões na modernização e ampliação da unidade de louças de Queimados (RJ), que está paralisada desde que foi comprada da Ideal Standard, em 2008. Essa unidade, segundo o executivo, ainda não havia sido ativada em razão das condições de mercado à época e da recente expansão realizada na fábrica de louças paulista. "Esses projetos estarão prontos entre o fim de 2011 e 2012", disse.

Com o investimento no Estado de São Paulo, a Deca vai elevar a 18,2 milhões de peças ao ano a capacidade na área de louças – até o fim de 2010, poderão ser produzidas 17 milhões, anualmente. Em louças, a fabricação será ampliada a 9,9 milhões de peças por ano.

O aumento nos investimentos previstos pela Duratex, explicou Donatelli, prepara a empresa para atender o crescimento da demanda no setor. "Como estávamos trabalhando com nível de capacidade bastante elevado e o segmento de construção permanece aquecido, decidimos reativar a fábrica de Queimados. Com isso, também teremos um ganho logístico, com mais uma fábrica próxima dos centros consumidores", afirmou.

A companhia anunciou lucro líquido de R$ 111,7 milhões no segundo trimestre, uma alta de 133,8% na comparação com o registrado um ano antes. A melhora reflete o aumento de 34,4% na receita líquida da empresa, que totalizou R$ 712,3 milhões no segundo trimestre. O lajida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 88,2% na mesma base de comparação, para R$ 228,1 milhões.

De acordo com Donatelli, os negócios foram beneficiados pela forte demanda interna, impulsionada por incentivos fiscais, condições favoráveis de crédito e aumento da renda da população. As vendas no mercado doméstico cresceram 38% e o faturamento no exterior encolheu 10,4%.

Além do aporte na área de louças e materiais, a companhia do grupo Itaúsa investiu R$ 148 milhões na compra de sete fazendas paulistas, com 8.671 hectares de florestas. A operação permitirá à empresa ampliar os negócios da divisão de madeiras e fornecerá matéria-prima para futuros projetos de expansão.

(Francine De Lorenzo e Stella Fontes | Valor)
 

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