Eletrobras pretende emitir até R$2 bi em debêntures
A Eletrobras protocolou na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pedido de registro para emissão de até 2 bilhões de reais em debêntures simples, não conversíveis em ações, em até duas séries, informou a estatal em comunicado nesta sexta-feira.
A operação consiste na segunda emissão da empresa, de 2 milhões de debêntures, com valor unitário nominal de mil reais, da espécie quirografária, sob o regime de melhores esforços, com prazo de seis anos para as debêntures da primeira série e de 10 anos para as da segunda série.
A emissão não considera a oferta de 15 por cento de debêntures suplementares (300 mil títulos), nem de 20 por cento em debêntures adicionais (400 mil títulos).
A existência das séries, a quantidade a ser alocada em cada uma delas e a remuneração ainda dependem de procedimento de bookbuilding. No entanto, o limite de remuneração das debêntures é de 6 por cento ao ano over para as debêntures da primeira série e de 6,30 por cento ao ano over para as da segunda série.
Os recursos serão destinados para fazer parte ao programa de investimento consolidado da empresa no biênio 2012/2013, da ordem de 5,6 bilhões de reais, disse a Eletrobras em prospecto preliminar com as características da operação.
No entanto, o valor para o período está abaixo do inicialmente projetado pela estatal em 2012, de 13 bilhões de reais. Em maio, o presidente da companhia, José da Costa Carvalho Neto, disse que ainda precisaria levantar cerca de 6 bilhões de reais em 2012 .
Mas durante teleconferência para apresentação dos resultados do segundo trimestre, o executivo afirmou que o investimento da estatal este ano poderia ficar abaixo do valor previsto inicialmente “por causa de problemas de licenciamento e paralisações de obras” .
Um dos empreendimentos paralisados judicialmente por questões judiciais é Belo Monte, em que a empresa é sócia diretamente e por meio de subsidiárias, em um total de 49,9 por cento. Nesta semana, o Tribunal Regional Federal da Primeira Região determinou a paralisação das obras da usina.
Além disso, a empresa havia descartado recorrer ao mercado externo e que, além das debêntures, recorreria ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
BTG Pactual e Santander são os coordenadores da operação.
A Eletrobras acessou os mercados internacionais de dívida pela última vez em outubro, quando captou 1,75 bilhão de dólares com rendimento de 5,75 por cento.
(Fábio Couto | Reuters)