Embraco abre mercado com compresso bivolt

Os compressores bivolt – que permitem a fabricação de refrigeradores e freezers com a voltagem 110 V e 220 V – devem representar até 60% das vendas da Embraco no Brasil em um prazo de cinco anos. A projeção é do presidente da fabricante multinacional de compressores, João Brega, em entrevista exclusiva ao Valor após anunciar ao mercado o lançamento do produto. A capacidade de produção da empresa é de 2,5 milhões compressores por ano no país.
 
Segundo Brega, o desenvolvimento do compressor levou um ano e meio e foi realizado em parceria com a Brastemp, marca do grupo Whirlpool que também é controladora da Embraco.

De acordo com o presidente, o foco da Embraco é o mercado brasileiro e a produção será feita na unidade de Joinville. "Existem outros mercados com variação de voltagem, como é o caso da Índia, mas o Brasil é particular por funcionar tanto em 220 V quanto com 127 V", explicou Brega.
 
Na avaliação dele, o produto irá facilitar não só a vida do consumidor final, que não vai precisar de transformadores de voltagem para levar o refrigerador de uma cidade a outra, quanto de fabricantes e varejistas, pela gestão de produção e estoque.

Segundo Brega, o compressor bivolt possibilita aplicação para toda a linha de refrigeradores e freezers comerciais. A expectativa é que já no ano que vem o produto esteja disponível para aplicações comerciais leves, como balcões frigoríficos e máquinas expositoras refrigeradas.
 
O produto chega ao mercado no fim de um ano considerado difícil pelo presidente. "Foi um ano difícil, mas tivemos resultados satisfatórios", disse. A Embraco não abre números de sua produção ou faturamento.
 
Houve crescimento no Brasil, mas nos Estados Unidos o mercado ficou estável. A demanda se retraiu na Europa e na Ásia, disse o presidente. De acordo com ele, apesar de os funcionários da área corporativa no Brasil estarem sob medida de redução de jornada e salários, a fábrica opera 24 horas por dia, sete dias por semana. Não há previsão de ampliação, já que houve retração das exportações da unidade de Joinville.

A perspectiva para 2012 é de crescimento no Brasil, motivada pela medida do governo federal de redução do IPI dos produtos de linha branca. Segundo Brega, esse movimento já poderá ser percebido pela empresa em janeiro.

(Júlia Pitthan | Valor)

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