Embraer negocia reestruturação da Chautauqua Airlines

A Embraer negociará a reestruturação financeira da Chautauqua Airlines, controlada pela norte-americana Republic Aiways, para evitar que a operadora aérea recorra à garantia financeira que a fabricante brasileira concedeu para o financiamento de uma frota.

“Uma solução mutuamente aceitável reduzirá os custos financeiros da cliente e permitiria à Embraer distribuir os potenciais impactos de caixa ao longo de vários anos”, afirmou a companhia de São José dos Campos em comunicado ao mercado divulgado no fim da noite de quinta-feira e após o conselho de administração ter autorizado as negociações.

Apesar da negociação, a fabricante afirma que não espera que a reestruturação comprometa metas de lucro antes de juros e impostos (Ebit) e de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).

A Chautauqua Airlines opera uma frota da família ERJ 145 que foi bancada por meio de financiamentos diretos e arrendamentos operacionais. A Embraer afirma que forneceu garantias “com relação a determinadas aeronaves”, mas não informa no comunicado os montantes garantidos.

Desde a crise de 2008, a desaceleração da economia reduziu a oferta de financiamento para compra de aeronaves, incluindo nos segmentos de aviação comercial e executiva. A Embraer tem concedido garantias às instituições financeiras para sustentar uma parte das obrigações de pagamento dos compradores de aviões em seus financiamentos. Essas garantias são apoiadas pelas aeronaves financiadas.

Segundo formulário de referência da companhia, ao final de 2011 o risco máximo pelas garantias prestadas pela Embraer, menos provisões e obrigações, era de 683 milhões de dólares, caso todos os clientes com garantias financeiras não honrassem seus financiamentos e a Embraer não conseguisse revender as aeronaves.

Representantes da Embraer não puderam comentar imediatamente o valor das garantias relacionadas à Chautauqua Airlines.

A fabricante prevê que a margem operacional encerrará o ano entre 9 e 9,5 por cento e que a margem Ebtida em 2012 será de 12,5 a 13,5 por cento.

(Alberto Alerigi Jr. | Reuters)

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