Empresas da região norte registram 14 fusões no primeiro semestre deste ano

Levantamento da KPMG Consultoria diz que negócios na Região foram firmados nas áreas de mineração, gás e óleo.

No primeiro trimestre desde ano três negócios foram firmados no Amazonas entre fusões e aquisições de empresas, segundo a KPMG Consultoria. Em toda a Região Norte, no primeiro semestre do ano, foram realizados 14 negócios. Hoje, o cenário é de cautela devido à crise econômica nacional e internacional.

Porém, o interesse de estrangeiros nos negócios brasileiros e, vice-versa, tem levado muitos empreendedores a estudar novos investimentos. De acordo com o sócio da KPMG e responsável pelo escritório da empresa em Manaus, Luciano Medeiros, o número de fusões e aquisições realizadas na Região Norte mais que dobrou se comparado o primeiro semestre deste ano, com o mesmo período no ano passado. Saltou de cinco negócios firmados para 14. O setor que ocupa o primeiro lugar entre as negociações firmadas é o de mineração que domina os contratos fechados no Pará, com ampla predominância da Vale, e no Amapá. Em seguida vem o setor de alimentação, bebida e tabaco e de energia. “No Amazonas, além de setores como o de gás e óleo, há muito investimento na área de infraestrutura”, avaliou Luciano.

De acordo com o executivo, a negociação para se fazer uma fusão entre empresas ou mesmo uma aquisição leva em média de seis meses a um ano. São reuniões minuciosas e técnicas onde as partes envolvidas passam a se informar mais sobre o cotidiano de cada empresa. “Com a crise internacional, temos empresas brasileiras fazendo fusões com outras brasileiras é o caso do Itaú e Unibanco”. No entanto, os olhos dos empreendedores estrangeiros também estão voltados às empresas brasileiras ou aqui instaladas.

 Recentemente a Bramont, montadora de carros indianos instalada no Polo Industrial de Manaus (PIM), firmou negócio com uma empresa chilena que adquiriu 70% dos negócios da montadora. A Bramont permanece com faturamento na casa dos bilhões de dólares, segundo o executivo. Mas são os entraves em investir no Amazonas é o que acaba freando ou prorrogando que um negócio seja firmado, segundo Luciano. “A situação dos portos e aeroportos em Manaus entram em discussão. Os tributos brasileiros também perturbam os estrangeiros, mas são as vantagens fiscais do PIM que garante o negócio”, disse.

Quanto à burocracia, o executivo explicou que o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviço (ICMS), por exemplo, é praticado de forma distinta no Brasil, assim como o PIS/Cofins que não são cumulativos, como no exterior, e isso confunde a cabeça do empreendedor estrangeiro. Mesmo em meio a crise econômica, e toda burocracia, a KPMG tem clientes que estão em negociação para firmar novos grupos econômicos.

Cautela na análise de cada caso

Em caso de aquisição, os empreendedores que estão se desfazendo de seus negócios, devem ser sinceros com seus funcionários quanto a possibilidade de demissões; Para que uma empresa seja vendida é necessário que esteja totalmente formalizada; Em caso de fusão é necessário analisar todos os pontos que envolvem o negócio e se houve cortes os funcionários também devem ser informados para não gerar pânico.

(Renata Magnenti | Uol)

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