Empresas não podem ficar reféns, diz Itaú BBA

As companhias do Novo Mercado não podem ficar reféns de investidores e reguladores se desejarem sair desse segmento de listagem da bolsa, afirmou o diretor de banco de investimentos do Itaú BBA, Fernando Iunes.

“É difícil imaginar seis meses de processo para saída do Novo Mercado, não é producente”, disse Iunes, citando o caso da Redecard. “É laudo para cá, laudo para lá. Você fica refém de um processo regulador complexo.”

O Itaú lançou em março uma oferta pública de ações (OPA) da Redecard, controlada pelo banco, oferecendo R$ 35 por papel. O valor foi questionado por investidores minoritários, que já pediram dois laudos de avaliação. Nesse embate, o Itaú ameaçou tirar a Redecard do Novo Mercado em caso de fracasso da oferta, mas depois recuou.

Segundo Iunes, os agentes do mercado têm de entender que os processos de aquisição e consolidação são dinâmicos, e que em alguns casos sair do Novo Mercado faz sentido.

“Faz parte, tem que olhar com maturidade”, disse Iunes, que participou de seminário na BM&FBovespa sobre perspectivas para o Novo Mercado. “Você entraria num clube se soubesse que não pode sair?”, questionou. “Me pergunto se as regras são claras e factíveis.”

(Talita Moreira | Valor)

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