Epson amplia foco e atuação no Brasil

As baixas temperaturas registradas em São Paulo na semana passada surpreenderam Hiroshi Ono. Porém, se o executivo da Epson não chegou a desfrutar do esperado clima tropical em sua primeira visita ao Brasil, novas oportunidades não faltarão para que isso aconteça, a julgar pelas planos da fabricante japonesa para o país.

A passagem de Ono reforça a nova estratégia da Epson em conhecer de perto as demandas de mercados menos explorados até então pela companhia, como Brasil, China e Índia. A ideia é desenvolver produtos adaptados à realidade de cada um desses países.

"Em algumas categorias nossa participação de mercado ainda é baixa nesses países, apesar das oportunidades que eles oferecem", diz Ono, gerente da divisão de sistemas de operações de negócios.

A divisão responde pelo desenvolvimento de equipamentos como impressoras e scanners voltados a transações eletrônicas realizadas em pontos como bancos e varejo. É nessa vertente que a Epson enxerga perspectivas de crescimento no mercado brasileiro.

Entre as oportunidades identificadas no país estão iniciativas como a recém-implantada compensação de cheques por imagem. Outro fator é a digitalização de processos judiciais. A Epson venceu recentemente uma concorrência do Conselho Nacional de Justiça para fornecer 11,8 mil scanners, que ainda estão sendo entregues.

Paulo Ferraz, presidente da Epson Brasil, observa que o mercado local também vem mostrando potencial para desenvolver produtos que podem ser replicados em outras operações da companhia. É o caso de um modelo de mini-impressora fiscal, que foi usado como base para a criação de produtos similares no Chile, Venezuela e países do Leste Europeu.

"As exigências do ambiente fiscal brasileiro são muito complexas. Por outro lado, isso impulsiona a criação de produtos muito completos", afirma Ferraz.

O executivo diz acreditar que as novas estratégias globais vão ao encontro dos objetivos traçados para a operação brasileira, que incluem a meta de dobrar a receita gerada no país até 2013.

Hoje, 60% do faturamento da Epson Brasil vêm dos produtos voltados ao consumidor doméstico. A meta é manter o crescimento no segmento e, ao mesmo tempo, impulsionar as receitas de automação. A expectativa de avanço para a divisão nesse ano é de 70%.

Ferraz não revela a participação do Brasil nas receitas globais da companhia, que registrou faturamento de US$ 11,8 bilhões em 2010. "O Brasil responde por 35% das receitas da América Latina e o objetivo é ampliar essa margem para 50% em três anos", diz.

Os planos incluem ainda a ampliação dos modelos produzidos na fábrica de Barueri (SP), a única da empresa na América Latina. Além das impressoras matriciais e fiscais, a unidade passará a fabricar modelos de jato de tinta no segundo semestre. Segundo Ferraz, a intenção é ganhar competitividade para enfrentar HP, Canon e Lexmark no mercado de pequenas e médias empresas.

A Epson está investindo também na ampliação e qualificação de parceiros e revendas para acompanhar o crescimento projetado no país. Sob esse cenário, a empresa prevê aumentar em 50% sua equipe de vendas.

(Moacir Drska | Valor)

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