Ericsson amplia fábrica no Brasil

A Ericsson investiu R$ 10 milhões na ampliação de sua fábrica em São José dos Campos (SP) para atender ao crescimento da demanda que, nos últimos quatro anos, fez com que a produção aumentasse dez vezes, passando de 4 mil estações radiobase de banda larga móvel (ERBs) para 40 mil até o fim do ano. Em 2010, segundo o presidente da empresa, Sérgio Quiroga, a unidade brasileira produziu 19 mil ERBs. A fábrica é a única da Ericsson nas Américas e também não tem concorrentes para fabricar esses equipamentos no Brasil. Com um faturamento de R$ 1,7 bilhão, o Brasil responde por 3% a 5% da receita global da Ericsson, e a previsão do executivo é de um crescimento superior a 10% em 2011.

A unidade de São José dos Campos exporta metade da sua produção para os países da América Latina e África. O executivo disse que existe espaço para um crescimento maior dos negócios da empresa no Brasil nos próximos anos, devido à realização de eventos como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, além de projetos de inclusão digital do governo. "Em 2020, o Brasil terá um total de 2 bilhões de conexões em banda larga, voz e dados, o que representa dez conexões para cada pessoa", afirmou.

O presidente da Ericsson lembrou que a fábrica de São José dos Campos está preparada para novas expansões e para atender aos projetos do governo, como o programa de telefonia rural e de banda larga para as áreas remotas do país, principalmente na Amazônia: "Precisamos viabilizar frequências na faixa de 450 megahertz para atrair investidores e novos operadores que queiram investir nessas regiões."

Para levar a banda larga às regiões remotas do país não atendidas por fibra óptica, o governo estuda como alternativa o uso de satélites de telecomunicação geoestacionários. Segundo Carlos Nobre, secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia, esse projeto está na fase de estudos de viabilidade e a previsão é que ele seja concluído em quatro anos.

O projeto de inclusão digital do governo federal, segundo o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, presente ao evento, tem o objetivo de atingir 69 milhões de usuários e de acelerar a disseminação da internet de baixo custo entre as famílias de baixa renda.

A companhia se prepara para iniciar a produção das unidades de rádio para 4G em seis a oito meses.

(Virgínia Silveira | Valor)

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