Essence cria unidade para desenvolver aplicativos

O setor de construção civil e incorporação é a aposta da Essence – companhia especializada em consultoria de tecnologia da informação (TI) e implementação de sistemas de gestão – para entrar em um novo negócio: a fabricação de softwares. A criação dessa nova unidade de negócios já exigiu um investimento de aproximadamente R$ 1,6 milhão.

Parceira da SAP desde 2006, a Essence teve até o momento uma atuação mais voltada para a manutenção e adaptação de sistemas de gestão existentes no mercado – como o da própria SAP. Foi com base nessa experiência que a companhia detectou outras necessidades além das atendidas por esses softwares e decidiu entrar no ramo de desenvolvimento de aplicativos.

"Percebemos que esses softwares não eram especialistas em questões muito próximas da principal atividade das empresas", disse Rodrigo Ricco, executivo-chefe da Essence. A companhia começou a estudar a criação dessa nova unidade de negócios em 2009.

Os sistemas desenvolvidos pela companhia para o setor de construção e incorporação serão comercializados a partir de setembro. O setor de agronegócios, entretanto, é o próximo alvo da companhia, que passará a ter aplicativos para essa área em novembro.

Apesar de ter sido um dos últimos segmentos a investir maciçamente em TI, a recente expansão vivida pelo setor de construção e incorporação fez com que a área de tecnologia passasse a receber mais atenção dentro das companhias desse ramo. "Essas empresas não estavam preparadas para o aumento de demanda que o setor sofreu", disse Ricco.

As diferenças entre o negócio original da Essence e a nova área, entretanto, levaram a companhia a planejar a separação dos negócios atuais e da nova unidade. De acordo com Ricco, essa cisão vai acontecer no fim de 2012 e a expectativa é que a nova empresa autônoma represente entre 7% e 10% do faturamento de R$ 73 milhões previsto para o próximo ano.

Durante esse período – quando a nova empresa estará em fase de maturação -, o maior desafio dentro da Essence será compreender a mudança cultural trazida pelo novo negócio. "Nós nascemos como uma empresa de serviços e agora passamos a ser também uma fornecedora de produtos, algo que requer uma abordagem diferente", afirmou Ricco.

A nova área de negócios da Essence nasce com aplicativos para gestão de recebíveis, portal de vendas em tempo real e orçamento de obras.

As ferramentas foram desenvolvidas com base nos dados de um cliente na área de construção e incorporação. A Essence guarda sigilo sobre o nome da empresa que aceitou a parceria, mas revela que outras companhias do setor já tem procurado o serviço antes mesmo do lançamento oficial da nova unidade de negócios.

Segundo Ricco, ainda haviam brechas relacionadas à TI em etapas fundamentais do negócio desse setor. A venda com base em espelhos – mapas das unidades – em papel, por exemplo, acabava acarretando a venda simultânea da mesma unidade por corretores diferentes. "O software começa a ser utilizado no momento da venda e fornece informações que antes estavam desencontradas entre os vários corretores que trabalham no estande do mesmo empreendimento", disse Ricco.

Nos próximos 12 meses, a Essence planeja investir cerca de R$ 800 mil na oferta de aplicativos em dispositivos móveis. A área de análise de dados do negócio – mais conhecida como business intelligence (BI) – receberá aporte de R$ 600 mil.

(Bruna Cortez l Valor)

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