Estabilidade favorece estratégias de investimento, diz Coutinho

A “robustez” macroeconômica conquistada pelo Brasil nos últimos anos permite que a economia do país tenha um horizonte razoavelmente previsível de crescimento e de estabilidade e isso permite pensar e montar estratégias de investimento de forma confiável, disse nesta quarta-feira o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho.

O presidente se apresenta nesta manhã na 1ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Regional, encontro organizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Secretaria de Assuntos Estratégicos (Sea) da Presidência da República e Ministério da Integração Nacional.

“O governo tem hoje uma capacidade de resposta que não tinha nos anos 1980 e 1990, e mesmo na primeira metade da década passada, quando as crises internacionais rebatiam no Brasil de forma profunda”, afirmou.

A melhora da situação macroeconômica, com queda de juros e solidez fiscal, permite a ampliação de investimentos de longo prazo em setores como petróleo e gás, infraestrutura e em toda a cadeia de energia.

Estes são, segundo Coutinho, aqueles que apresentam as melhores oportunidades, ao lado das cadeias produtivas do agronegócio.

Expansão do crédito

Coutinho avalia que há grande potencial para o crescimento do crédito do país, em função da baixa relação entre crédito e Produto Interno Bruto (PIB), que beira 50% no país, contra mais de 150% registrado em economias desenvolvidas.

O presidente do BNDES ponderou, no entanto, “essa alavanca de crescimento”, que é o crédito, tem de favorecer não apenas o consumo, mas também o investimento de longo prazo.

“Sua orientação prioritária deve ser em direção ao investimento”, disse.

Segundo Coutinho, o desafio agora é retomar a trajetória ascendente do investimento público e privado.

O programa de concessões do governo federal vai ajudar nessa tarefa, em função dos acelerados investimentos em infraestrutura, que devem apresentar taxa de crescimento anual de 22% ao longo dos próximos anos.

Ainda de acordo com Continho, o BNDES tem ajudado nessa recuperação dos investimentos. “Estamos vivendo certa ansiedade. O investimento virá, tem certa defasagem. Ele virá com mais força ao longo dos próximos trimestres”, disse, lembrando que em 2008 e 2009, o banco acelerou os desembolsos, mas o investimento levou certo tempo para reagir.

Coutinho lembrou que o BNDES fechou 2012 com R$ 260 bilhões em projetos aprovados e R$ 156 bilhões em desembolsos. “Relevante chamar atenção que esse número é maior que o pico de aprovações de 2012, de R$ 226 bilhões”, disse. Ele reiterou, ainda, que o BNDES iniciou 2013 com número “relevante” de investimentos aprovados.

Ele citou também pesquisa já divulgada pelo BNDES, que prevê aportes de R$ 3,8 trilhões no país entre os anos de 2013 e 2016. A pesquisa cobriu setores responsáveis por 57% dos investimentos no país e projeções

(Eduardo Campos | Valor)

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