Estrela inaugura em junho sua primeira fábrica no Nordeste

Com um investimento de R$ 8 milhões, a Estrela vai inaugurar até o final de junho em Ribeirópolis (SE) sua primeira fábrica de brinquedos no Nordeste, segundo o presidente da companhia, Carlos Tilkian. A nova unidade será voltada para atender o crescente mercado consumidor da região em condições de competitividade com os produtos chineses.

“O foco é ter uma linha específica de brinquedos grandes com preço unitário relativamente barato. O custo de fazer nas nossas fábricas no Sudeste e levar para o Nordeste implica num aumento muito grande por causa do frete, em torno de 20%”, disse Tilkian em entrevista ao G1.

Hoje, a Estrela possui duas fábricas no país, em Itapira (SP) e em Três Pontas (MG), com cerca de 800 funcionários. A nova fábrica em Sergipe irá entrar em operação com 150 empregados diretos e cerca de 100 costureiras contratadas em oficinas.

Nos últimos anos, após enfrentar uma forte crise em função da abertura do mercado para brinquedos importados, Estrela transferiu parte de sua produção para empresas terceirizadas na China. Em 2010, 40% da produção da empresa veio da China e 60% foi fabricada no Brasil.

“Hoje temos uma parte bastante relevante sendo produzida na China, não por problema de falta de tecnologia, criatividade ou design. São fatores de macroeconomia como câmbio, impostos e mão de obra que acabam fazendo com que a produção chinesa fique artificialmente mais barata”, explica o executivo.

Em janeiro, o governo elevou a alíquota de importação de diversos brinquedos de 20% para 35%. Na avaliação de Tilkian, o efeito da medida foi praticamente anulado pela desvalorização do dólar no ano.

“Houve uma desestruturação do mercado do mercado, mas a Estrela entende que estrategicamente deve manter um nível de produção importante aqui no Brasil e briga para tentar conscientizar o governo de que mais do que criar problemas para a importação, a administração federal deveria incentivar a produção nacional”, opina.

Segundo o presidente da companhia, o contexto macroeconômico exige que a Estrela mantenha essa flexibilidade entre produção local e importação. “Se o modelo econômico diz que temos que importar muito, a gente tem hoje como importar. Se mudar, se o câmbio voltar para R$ 3, então temos fábrica para produzir aqui”.

(Darlan Alvarenga l G1)

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