Expectativa é de mais ofertas de ações

Nesta semana termina o prazo para que ofertas de ações sejam realizadas com a apresentação de informações financeiras apenas até dezembro. Depois disso, as companhias que quiserem vender papéis terão de atualizar a documentação com os resultados do primeiro trimestre deste ano.
 
Por conta disso, é provável que novas pedidos de operações se acumulem na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nos próximos dias. Entre as empresas abertas a Qualicorp confirmou que pretende fazer uma operação. O mercado espera ainda ofertas de Suzano Papel e Celulose, Fibria e Via Varejo – novo nome da Globex. Essas empresas ainda não confirmaram a intenção de vender papéis. A alta da bolsa neste ano, de 16%, é um dos fatores que favorecem emissões neste momento.

Entre as ofertas inicias estão em análise na CVM as distribuições de Seabras (do setor de petróleo), CVC (turismo) e Isolux (infraestrutura). Outras que pararam operações no passado também deverão retomá-las ao longo de 2012.
 
Jean Marcel Arakawa, sócio do Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr e Quiroga Advogados, conta que no fim de 2011 trabalhava para dez empresas que pretendiam fazer oferta inicial de ações, em sua maioria ligadas a consumo interno e infraestrutura. Neste ano, o escritório já recebeu seis novos casos, que incluem empresas listadas.
 
"Estamos percebendo que as companhias voltaram a se mexer para estarem prontas para captações a partir da metade do ano", afirmou Arakawa, acreditando que as tentativas frustradas de Seabras e Brasil Travel de vender papéis no mês passado não tenham desanimado outras companhias.
 
Ele acredita que o ambiente de incertezas em relação aos acontecimentos na Europa é menor agora do que era que ano fim de 2011. Na visão dele, março, que concentra alguns vencimentos de títulos de países europeus, deve ser fundamental para amainar – ou não – as incertezas e encorajar novas operações.
 
José Olympio Pereira, corresponsável pelo banco de investimento do Credit Suisse no Brasil, acredita em um movimento de volta à bolsa porque há muitos investidores com recursos em caixa e, neste momento de juro zero na Europa, fica caro manter dinheiro parado. "Há dinheiro disponível e um maior apetite por risco", diz, ressaltando o ambiente de tranquilidade da economia brasileira.

(Ana Paula Ragazzi | Valor)
 

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