Exterran terá fábrica no Brasil

Com investimento de R$ 40 milhões, a americana Exterran – que atua em 30 países no setor de óleo e gás – dará início à produção de módulos para plataformas de exploração de petróleo, na sua primeira unidade no Brasil. A expectativa é entregar ao mercado os primeiros equipamentos fabricados em Itajaí, no litoral Norte catarinense, na segunda metade de 2012. Hoje, a produção feita em Cingapura é responsável por abastecer todos os clientes mundiais da companhia, que em 2010 faturou cerca de US$ 2,5 bilhões.
 
Segundo Araken Barreto, presidente da Exterran no Brasil, o país responde por 5% a 8% do faturamento mundial do grupo, mas há potencial para crescer muito mais. "Queremos criar no país um espelho da produção de Cingapura", disse o presidente ao Valor. Segundo Barreto, a companhia já forneceu módulos para projetos da Petrobras na exploração do Campo de Barracuda, por exemplo, a partir da produção asiática.
 
A construção da unidade de Itajaí será feita em uma área de 150 mil metros quadrados dentro do complexo do Terminal Portuário (Teporti), alugado em um contrato de longa duração. A Exterran espera gerar cerca de 500 empregos diretos e comercializar 16 módulos por ano, com um faturamento inicial de US$ 150 milhões.
 
A ideia é abastecer apenas o mercado nacional com a nova fábrica, mas o fornecimento para outros países da América Latina não está descartado. "O ritmo é o mercado que vai ditar", disse Barreto.
 
Segundo o executivo, a Exterran analisou áreas da Bahia ao Rio Grande do Sul e decidiu realizar o investimento em Santa Catarina por uma reunião de questões logísticas e de acesso à mão de obra. Barreto não confirma se há interesse em fornecer para a Unidade de Exploração e Produção do Sul (UO-SUL), da Petrobras, instalada na cidade.
 
O secretário do Desenvolvimento Econômico de Itajaí, Clayton Batschauer, que conduziu as negociações com a Exterran, vislumbra um grande potencial para a cidade no setor de óleo e gás a partir do início da produção comercial de petróleo na unidade da Petrobras. "Várias empresas têm nos procurado", disse.
 
A Unidade Sul da Petrobras é responsável pelas atividades de Exploração e Produção no sul da Bacia de Santos, Bacia de Pelotas e Bacia do Paraná. Hoje, a unidade está em fase de Teste de Longa Duração das áreas exploratórias de Tiro e Sidon, com cerca de 26 mil bbl/dia. A previsão da Petrobras é que os testes se estendam até fevereiro. Depois desse período, será declarada a comercialidade da área e os novos campos deverão receber nomes de peixes ou crustáceos.
 
O projeto prevê o início da produção comercial no fim de julho de 2012 e conta com onze poços. No pico de produção do projeto, que ocorrerá no fim de 2013, serão produzidos cerca de 80 mil bbl/dia. Segundo a assessoria de imprensa da Petrobras, a UO-Sul deverá se ajustar a esse novo patamar de produção, bem como a crescente atividade exploratória nas bacias de sua responsabilidade.

(Júlia Pitthan | Valor)

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