Fabricante de servidores monta estrutura no país

Depois de anos sem uma estratégia específica para o Brasil, a americana Supermicro, fabricante de equipamentos que administram os recursos de uma rede, ou servidores, resolveu estabelecer uma estrutura própria no país. A companhia contratou um executivo para dirigir os negócios no Brasil e está em busca de parceiros para ampliar a distribuição de seus produtos. O objetivo é aproveitar tendências como o modelo de computação em nuvem – pelo qual as informações ficam armazenadas em centros de dados repletos de servidores – e o interesse de pequenas e médias empresas por máquinas potentes, capazes de suportar seu crescimento.
 
A expectativa da Supermicro é investir pelo menos US$ 3 milhões na estruturação dos negócios no país. "Não há um valor definido. Vamos investir o quanto for necessário", diz Vik Malyala, diretor de marketing técnico da empresa ao Valor. De acordo com Philip R. Burton, diretor de vendas da companhia, além dos investimentos na estrutura no local, a companhia contratou pessoal e ajustou suas operações nos EUA para atender os clientes no Brasil.
 
Na avaliação de Malyala, as vendas totais de servidores no Brasil podem chegar a 160 mil unidades neste ano, um crescimento de quase 20% na comparação com 2011. O volume pode não ser tão alto quanto os 15 milhões previstos de computadores pessoais, mas o mercado de servidores tem características diferentes. Cada máquina tem preço muito mais alto do que a média de um PC. Além disso, nas vendas para as empresas, os fabricantes podem oferecer pacotes de serviços, que garantem mais receita e melhores margens de lucro.
 
Malyala diz que ideia é atender, por meio dos distribuidores, o maior número possível de segmentos. Hoje, a Supermicro tem mais de 10 distribuidores locais. Eles compram produtos da Accept, fabricante brasileira que há dois anos monta máquinas da Supermicro no Brasil. O regime de produção terceirizada continuará nessa nova etapa. "A produção local reduz os preços em pelo menos 30%", diz Sílvio Ferraz de Campos, diretor comercial da Accept.
 
Além de usuários diretos de seus equipamentos, a Supermicro também vende, no Brasil, a outro mercado considerado significativo: o de fabricantes locais de servidores, que colocam suas próprias marcas nos produtos da companhia.
 
Criada em 1993, a Supermicro teve receita líquida de US$ 942,5 milhões em 2011. Para ganhar mercado, a companhia aposta em uma estratégia que alia preços mais baixos que a média a tecnologias que ajudam as máquinas a ocupar menos espaço físico e consumir menos energia. Para Alexandre Vargas, analista da empresa de pesquisa IDC, o modelo pode ser bem-sucedido no Brasil. "Eles têm conseguido um bom volume de vendas fora da região Sudeste. Com isso, há muitas chances de conseguirem um bom desempenho", diz.

(Gustavo Brigatto | Valor)

 

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