Fator, UBF e Austral lideram briga por seguros

Passado o leilão dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília, o mercado segurador começa a desenhar, junto com os vencedores, como serão distribuídos os R$ 2,8 bilhões em seguro garantia – apólices que cobrem a entrega da obra – necessários para as três concessões. Na frente dessa disputa, largam Fator, UBF e Austral, que só puderam participar do processo depois que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) flexibilizou as exigências de classificação de risco das seguradoras interessadas.
 
Os R$ 2,8 bilhões em seguro referem-se a uma modalidade específica do seguro garantia, a garantia de execução. Essa é a apólice que cobre a entrega do aeroporto, como previsto em contrato, e vale por toda a duração da obra. Antes do leilão, as seguradoras disputaram as garantias de proposta, necessárias para que cada consórcio pudesse dar seu lance.
 
Quando a Anac divulgou as regras das concessões, exigiu que as seguradoras que quisessem participar do processo tivessem classificação de risco de crédito em determinado nível – e apenas Itaú Seguros, J. Malucelli, Ace e Chubb atendiam o requerimento. Na semana passada, a agência derrubou essa exigência e todo o mercado pôde participar.

É o caso da Fator, que deve fechar algo em torno de 60% da garantia de execução de Guarulhos, segundo a JLT Corretora, parceira da Invepar no processo. A Austral deve ficar com 15% a 20% desse valor e uma terceira seguradora com o restante. Em Guarulhos, serão gastos R$ 1,4 bilhão em garantias, o maior valor entre os três aeroportos. "Acho que vamos conseguir também até 50% do programa de seguros de Brasília, com a Engevix ", afirma André Gregori, diretor da Fator Seguradora.

Já a garantia de execução do aeroporto de Campinas, nas mãos da Triunfo, deve ter como líder a seguradora UBF. "Nós apostamos no cavalo certo", diz Luiz Pestana, vice-presidente da UBF. Ele conta que a Triunfo tem um relacionamento de longa data com a seguradora, mas que, por conta da restrição da Anac, a seguradora teve uma participação menor na garantia de proposta. A promessa, porém, era que, com a vitória da Triunfo, a UBF seria a líder na garantia de execução. Itaú e Austral também farão parte da apólice, em cosseguro.

Com participação nos seguros de Campinas e Guarulhos, a Austral, do grupo Vinci Partners, foi uma das poucas que, mesmo com a barreira da classificação de risco, conseguiu participar também da garantia de proposta dos dois aeroportos e entrará na garantia de execução. "Tivemos um aproveitamento de dois em três aeroportos. Ninguém mais conseguiu isso", diz Carlos Frederico Ferreira, diretor-executivo da Austral.

(Felipe Marques | Valor)

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