Fogo de Chão retoma expansão em São Paulo

Há quase nove anos sem inaugurar um restaurante em São Paulo, a churrascaria Fogo de Chão retomou o apetite por expansão na capital paulista. A rede vai investir R$ 9 milhões para abrir uma filial entre julho e agosto na Zona Norte. Nos próximos cinco anos, a cidade deve receber mais dois pontos.
 
Ao contrário de 2009, quando a crise mundial fez a Fogo de Chão suspender planos de abertura de novos restaurantes, desta vez a rede não foi afetada. O presidente da Fogo de Chão, Jandir Dalberto, conta que o faturamento foi de US$ 195 milhões no ano passado, 17% maior que em 2010. A operação no Brasil respondeu por 40% desse resultado e a dos Estados Unidos por 60%. Para este ano, a projeção é repetir a mesma taxa de crescimento, já considerando a nova loja de São Paulo e mais três que serão inauguradas nos Estados Unidos até dezembro, em Orlando, San Diego e Boston.

Dalberto lembra que a ampliação faz parte do plano do novo controlador, o GP Investments, que pretende abrir uma loja por ano no Brasil e de três a quatro por ano nos EUA nos próximos cinco anos. Hoje, a rede tem sete restaurantes no Brasil (Rio, Salvador, Belo Horizonte, Brasília e três em São Paulo) e 16 nos EUA. A GP passou a ter o controle de 100% da Fogo de Chão em agosto do ano passado. Antes, já tinha 35% de participação da empresa criada pelos irmãos Arri e Jair Coser.

O novo restaurante em São Paulo vai funcionar no estacionamento do Shopping Center Norte. O investimento anunciado será dividido entre a compra da loja e a reforma. O ponto comercial foi adquirido da churrascaria Estrela do Sul, que funcionou no local até domingo. Em março, começa a reforma para abrir as portas no início do segundo semestre.

"A Zona Norte de São Paulo está deficiente de churrascarias. É uma região muito grande, até Guarulhos, que tem poder aquisitivo", afirma Dalberto, que começou na empresa como garçom há 20 anos e foi alçado à presidência pelo GP Investments. Ele explica que o ponto foi escolhido pela proximidade com os centros de exposições Anhembi e Expo Center Norte e espera atrair o público das feiras.
 
Dalberto conta que o Rio de Janeiro é outra prioridade, além de São Paulo. A capital fluminense, que recebeu a primeira unidade da churrascaria no ano passado, terá mais uma filial. A data ainda não foi definida, depende de um ponto comercial. Mais duas cidades podem entrar no plano de expansão do GP, mas o presidente não revela quais.

Dalberto cita apenas que o Nordeste não está entre as prioridades do Fogo de Chão. A casa também não pretende voltar às origens, em Porto Alegre. "Tem duas coisas que não dão certo no Rio Grande do Sul: churrascaria e lava-rápido. Enquanto o gaúcho espera a carne ficar pronta, ele mesmo lava o carro", brinca o gaúcho. Piadas à parte, Dalberto explica que o tíquete médio dos restaurantes da cidade é muito baixo, portanto não comporta os preços cobrados pela rede, que abriu sua primeira unidade na capital do Rio Grande do Sul em 1979, em uma casa com teto de palha no bairro de Cavalhadas, mas já fechou esta operação.

Embora o resultado operacional não tenha sido afetado pela crise, a rede não ficou imune à inflação. Os fornecedores de carnes da Fogo de Chão aumentaram os preços em 45% no ano passado. No caso do carneiro, em que a oferta é menor, o reajuste foi de 100%. Por isso, o preço do rodízio subiu em todas as unidades brasileiras. Em São Paulo, passou de R$ 95 para R$ 99. O aumento só não foi maior porque a Fogo de Chão compra no Brasil a maior parte das 130 toneladas de carnes consumidas por mês. Por isso, não sofreu impacto da alta do dólar deste setembro.

(Juliana Rocha | Valor)
 

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