Fundo de “private equity” da Gávea pode chegar a US$ 2 bi

A Gávea Investimentos, gestora fundada pelo ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, concluirá nos próximos dias a captação de um fundo de "private equity" de pelo menos US$ 1,8 bilhão.

O volume, que é o maior já registrado na indústria de fundos de participações em empresas no Brasil, ainda poderá engordar um pouco, alcançando até R$ 2 bilhões. Isso porque a Gávea ainda aguarda a definição do aporte de dois investidores. O último fundo da gestora foi de US$ 1,2 bilhão.

Esse é o quarto fundo de private equity da Gávea, sendo que os anteriores acumulam um portfólio de cerca de 20 empresas, como a companhia aérea Azul, a produtora de álcool e açúcar Cosan e a editora Santillana, somando R$ 5 bilhões.

Segundo Christopher Meyn, gestor da Gávea, os investidores do quarto fundo são praticamente os mesmos que já aplicaram nos anteriores.

"São quase que 100% estrangeiros, que já viram, pelo menos parcialmente, o desempenho dos fundos anteriores", diz ele.

Ou seja, esse novo fundo ainda não contou com o poder de captação da Highbridge, gestora de ativos alternativos do J.P. Morgan que comprou 55% da Gávea em outubro do ano passado por US$ 270 milhões.

Apesar de a captação ainda não estar totalmente concluída, o novo fundo já fez seu primeiro investimento. A Gávea mais as gestoras Vinci e Kinea compraram 47,2% da locadora de carros Unidas em junho deste ano. Cada um dos fundos desembolsou R$ 100 milhões na empresa. O objetivo dos investidores é fazer da Unidas uma consolidadora do mercado de aluguel de carros e de terceirização de frotas.

Segundo Meyn, o novo fundo da Gávea vai procurar companhias que possam tirar proveito, de alguma forma, do crescimento do consumo no Brasil. É uma tese que já foi perseguida pelos outros três fundos da gestora.

Na ponta dos desinvestimentos, a Gávea também tem se mostrado bastante ativa. Desde dezembro do ano passado, em um período conturbado para as ofertas de ações, a gestora já levantou R$ 1 bilhão por meio da abertura de capital de três empresas: as farmácias Droga Raia, a empresa de entretenimento Time for Fun e a Arcos Dorados, rede de franquias do McDonald”s.

(Carolina Mandl | Valor)
 

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