Furnas avalia ir a leilão de transmissão com chineses

Furnas, empresa do grupo Eletrobras, vai participar do próximo leilão de linhas de transmissão e pode fazer parcerias com grupos chineses, admitiu nesse quarta-feira, o presidente de estatal, Flávio Decat.

“Furnas vai entrar porque precisa crescer e atingir seu equilíbrio operacional”, disse o executivo.

“Não temos medo de chinês, achamos que temos que estar juntos com eles para eles cresceram sob a nossa ótica…Vamos tentar entrar (com os chineses) no próximo leilão”, adicionou.

O próximo leilão de transmissão da Aneel irá licitar lotes que fazem parte do sistema relacionado à transmissão de energia da usina hidrelétrica Belo Monte, chamado “pré-Belo Monte”.

O leilão está previsto para o dia 28 de setembro.

“Temos acordo com State Grid e com a Three Gorges. Estamos conversando. Temos até a véspera do leilão (pra decidir)”, disse Decat depois de participar da abertura de um seminário internacional na sede da empresa.

HIDRELÉTRICAS

O presidente de Furnas criticou as constantes paralisações e embargos de usinas hidrelétricas que vem acontecendo no país nos últimos tempos como nos casos de Belo Monte, no rio Xingu (PA), e Simplício (divisa de MG e RJ), onde problemas ambientais impedem o enchimento do reservatório.

“Isso (paralisações) está atingindo níveis completamente fora da razoabilidade. Uma coisa é querer compensação ambiental e preservar a cultura, outra coisa é usar isso como movimento ideológico e político para impedir a construção de hidrelétricos que são uma riqueza nacional e temos que defender… Há uma exacerbação”, disse.

Com a dificuldade na expansão de projetos hidrelétricos no país, Decat prevê uma crescimento mais forte das térmicas nos próximos 10 anos, com gás de xisto. Segundo ele, os preços estão bastante atrativos. “Temos reservas e vejo que na década agora teremos uma forte exploração desse gás… o gás de xisto vai mudar o direcionamento do mundo e vai nos afetar também”, analisou.

Decat informou ainda, sem dar muitos detalhes, que Furnas está estudando a ampliação de uma usina termelétrica em Santa Cruz, no Rio de Janeiro.

(Rodrigo Viga Gaier | Reuters)

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