Fusão entre Claro e Embratel criaria tele de R$ 24 bilhões

A empresa resultante de uma fusão entre Claro e Embratel criaria uma companhia com receita de R$ 24 bilhões – com base no faturamento de 2009 -, e atuação em telefonia fixa, móvel, banda larga e TV por assinatura via satélite. Essa integração, no entanto, ainda depende do processo de fusão que está em curso entre suas controladoras no México: a América Móvil e a Telmex. Segundo analistas, essa integração ainda está em fase de estudos. "Toda a movimentação no México deve ser refletida no Brasil em médio prazo", diz o consultor da Frost & Sullivan, Bruno Baptistão Neto.

A união de pacotes de ofertas de telefonia fixa, móvel e banda larga deve contribuir para reduzir os custos da operação da Claro e Embratel. Com a aprovação do PL-20, projeto que trata da oferta de conteúdo pelas teles e modifica as restrições acionárias de empresas estrangeiras impostas pela Lei do Cabo, a Net, que tem participação da Embratel, se integraria ao grupo com oferta de TV por assinatura.

Segundo um analista que não quis se identificar, as sinergias possíveis estão longe de se definir. "As questões trabalhistas devem ser bem dimensionadas, assim como os serviços terceirizados tanto da Embratel quanto da Claro. Haverá ganhos na questão tributária e na compra de capacidade de redes, por exemplo", afirma.

Na apresentação de resultados da América Móvil, no início do ano, a companhia divulgou que apesar da integração acionária com a Telmex, não estavam previstas mudanças no Brasil. Um comunicado divulgado ontem pela assessoria de imprensa da América Móvil reforça que "não estão contempladas nenhuma mudança na gestão ou na administração da Claro e da Embratel, sob o comando de João Cox e José Formoso, respectivamente". Entretanto, não menciona se e quando haverá a fusão no Brasil.

Não há prazo definido, mas as empresas caminham para a inexorável integração dos serviços móveis e fixos, seguindo a movimentação internacional e do mercado brasileiro a exemplo da Oi, GVT e Vivendi, Telefônica e Vivo. "A banda larga fixa e móvel é um recurso de comunicação unificada e de fidelização do cliente que receberá uma única fatura", afirma Luis Minoru Shibata, diretor da PromonLogicalis. Segundo ele, não há interesse em uma integração imediata para não canibalizar serviços e múltiplos canais de receita.

Quem vai determinar o prazo para a oferta de serviços conjuntos é o mercado, diz Shibata: "Quando houver demanda, a nova empresa estará preparada para oferecer."

As receitas da Embratel e da Claro foram equivalentes em 2009, com R$ 12 bilhões cada uma. A Embratel alcançou o valor com a oferta dos serviços de telefonia fixa (Livre), serviços corporativos, ligação de longa distância, TV via satélite e infraestrutura de rede. A Claro é a maior operação da América Móvil, depois do México. A empresa conta com 45,5 milhões de assinantes no Brasil.

(Valor)

 

 

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