Ganho contábil aumenta lucro do Citigroup

O lucro do Citigroup Inc. no terceiro semestre subiu 74% em relação a um ano antes, impulsionado por um ajuste contábil e pela força das operações internacionais do banco americano.
 
O Citigroup contabilizou um ganho de US$ 1,9 bilhão associado a uma mudança na valorização de sua própria dívida, e a continuação da redução nos prejuízos com empréstimos ruins permitiu que o banco abaixasse sua reserva para perdas com empréstimos em US$ 1,4 bilhão. Mesmo sem o ganho contábil, o lucro de US$ 3,77 bilhões do Citigroup excedeu as expectativas dos analistas.
 
A cotação do banco subia há pouco 1,3% em negociações anteriores à abertura, para US$ 28,77.
 
A receita, entretanto, caiu 8% em relação a um ano antes, excluindo-se o ganho contábil, para US$ 18,9 bilhões. Os gastos de consumidores fora dos Estados Unidos, particularmente na Ásia, ajudaram a reforçar a receita, mas não foram suficientes para compensar uma queda na receita com banco de investimento e corretagem, uma área que foi mal em todos os principais bancos de Wall Street no terceiro trimestre. A receita com empresas do mercado de capitais caiu 12%, para US$ 4,8 bilhões.
 
O Citigroup também decidiu manter o negócio de cartão de créditos de parceiros, que anteriormente havia sido destinado à venda, disse o diretor-presidente, Vikram Pandit, num comunicado aos funcionários. Esses cartões de crédito são emitidos com o nome de um varejista. A operação havia gerado historicamente prejuízos maiores que os dos cartões de crédito com a marca do banco.
 
Mas banqueiros de investimento disseram recentemente que o negócio mudou, em parte porque a concorrência diminuiu. O Citigroup disse que suas operações de cartões de parceiros geraram um lucro antes de impostos de US$ 2,2 bilhões nos primeiros três trimestres do ano.
 
"O portfólio não apenas se encaixa no atual ambiente de crédito, mas também em nossa estratégia de construir e reforçar o relacionamento com nossos clientes corporativos", disse Pandit.
 
"O momento é difícil para a maioria das economias e para milhões de pessoas", disse Pandit no comunicado. "Melhora macro não deve acontecer tão cedo."
 
"A turbulência dos mercados nos últimos meses — movida por fatores externos que vão do crescimento global aos problemas com dívidas soberanas na Europa — afetaram a economia inteira, inclusive o setor financeiro", disse Pandit. "E entretanto, a despeito de tudo isso, nossa empresa teve um bom desempenho."
 
O Citigroup voltou ao azul no ano passado depois de intensas batalhas durante a crise financeira. O banco expandiu-se rapidamente em mercados de crescimento acelerado, como Ásia e América Latina, uma estratégia que Pandit disse que vai ajudar o Citigroup a retornar capital aos acionistas no ano que vem.
 
Tanto a investida fora dos EUA quanto um aumento dos custos jurídicos para resolver processos relacionados ao crédito imobiliário aumentaram as despesas do banco nos últimos trimestres, provocando críticas de alguns analistas. No trimestre mais recente, os custos totais subiram 8,2% em relação a um ano antes.
 
O Citigroup divulgou um lucro de US$ 1,23 por ação — US$ 0,84 quando se exclui a mudança contábil — ante US$ 2,23 bilhões, ou US$ 0,72 por ação, um ano antes. Analistas numa pesquisa da Thomson Reuters esperavam um lucro por ação de US$ 0,81 sobre receita de US$ 19,25 bilhões.
 
O Citicorp, que abrange o banco de varejo e as divisões de banco comercial e de investimentos, viu seu lucro saltar 32% em relação a um ano antes, com um aumento de 8,7% da receita. A Citi Holdings, que inclui ativos de que a empresa pretende se desfazer, divulgou um prejuízo menor.
 
(Matthias Rieker e Mia Lamar l Wall Street)

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