Gerdau começa a buscar interessados em ativos de mineração

O presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, disse que a siderúrgica começou a prospectar, desde o mês passado, parceiros para seus ativos de mineração, cujos recursos estimados são da ordem de 2,9 bilhões de toneladas.
 
O executivo informou que o Goldman Sachs está assessorando a empresa como adviser, mas evitou traçar prazos sobre quando a transação será concluída, assim como disse que não está definido o percentual a ser negociado.
 
“Isso vai depender da evolução das negociações e se vamos encontrar o sócio certo”, informou o executivo, acrescentando que o grupo já tem uma lista longa de interessados e que a receptividade tem sido boa. Mas o sucesso do processo também dependerá do panorama econômico global.
 
Por outro lado, deixou escapar que a ideia da companhia é manter o controle, com uma participação majoritária no negócio. Não descartou, contudo, outras possibilidades para transformar em dinheiro esses ativos, o que inclui abrir o capital da operação mineira em bolsa.
 
O presidente da Gerdau avaliou ainda que a mineração continua sendo um negócio atraente quando se tem uma perspectiva de longo prazo, apesar de previsões que apontam para queda no preço do minério de ferro nos próximos anos.
 
“Oscilações são normais em um mercado volátil como o que estamos vivendo”, disse o executivo, ao comentar a depreciação do insumo no segundo semestre do ano passado, o que, segundo ele, não influencia nas negociações com um novo sócio.
 
Dentro de um investimento de R$ 10,3 bilhões previsto para o período de 2012 a 2016, a Gerdau está desenvolvendo suas reservas de minério de ferro para alcançar autossuficiência desse insumo na usina integrada de Ouro Branco, em Minas Gerais – conhecida como Açominas. O plano prevê ainda a venda do excedente gerado pelas minas. A meta é ampliar a capacidade de mineração no Brasil para 7 milhões de toneladas.
 
Com isso, a empresa ficará menos exposta às oscilações de preços dos insumos usados na produção siderúrgica. Nos últimos anos, aumentos nos preços do minério de ferro e do carvão comprimiram margens de rentabilidade e afetaram a competitividade das usinas de operação menos integrada.
 
(Eduardo Laguna | Valor)
 

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